Sanaa - O presidente iemenita Ali Abdullah Saleh pediu nesta sexta-feira (20/5) uma eleição presidencial antecipada no Iêmen em meio a manifestações pedindo a queda de seu governo reunindo novamente centenas de milhares de pessoas em todo o país.
Mais uma vez Sanaa e Taez foram os principais focos de manifestações contra o governo que reuniram dezenas de milhares de pessoas nesta sexta-feira.
Em um discurso diante de milhares de seus partidários em Sanaa, Saleh afirmou que seu povo resistirá aos instigadores de um "golpe de Estado", referindo-se aos seus críticos que exigem desde o final de janeiro a sua saída após mais de três décadas no poder.
Seu discurso parece ser uma nova manobra frente às pressões crescentes de seus vizinhos do Golfo e dos Estados Unidos pela assinatura do acordo proposto pelas monarquias do Conselho de Cooperação dos Estados Árabes do Golfo (CCG), adiado diversas vezes.
Enquanto Saleh discursava, um civil foi morto e dois ficaram feridos durante uma troca de tiros entre homens armados e as forças de segurança na cidade de Zinjibar, no sul, anunciaram testemunhas e uma fonte médica.
Os homens armados e as forças de segurança trocaram tiros em diversas ruas da cidade, após as orações desta sexta-feira, segundo testemunhas, que não forneceram maiores detalhes.
As forças de segurança iemenitas enfrentam nesta região um movimento separatista que exige uma volta à independência do Iêmen do Sul depois da reunificação em 1990, e ataques de militantes da Al-Qaeda, muito ativos neste país pobre do sul da Península Arábica.
As cidades do sul estão também fortemente comprometidas com o movimento de contestação iniciado no final de janeiro contra o presidente Saleh.