Agência France-Presse
postado em 21/05/2011 23:43
O presidente chileno Sebastián Piñera entregou neste sábado seu segundo relatório à Nação no Congresso, em um ambiente conturbado com protestos de ambientalistas e estudantes, que rejeitam a construção de represas e exigem maiores gastos públicos em educação.Em seu discurso diante do Congresso, em Valparaíso (120 km a oeste de Santiago), Piñera afirmou que o Chile não desistirá das centrais termelétricas nem hidrelétricas, mas que aplicará "com toda a força" a legislação ambiental.
Perto dali, cerca de 15.000 pessoas protestaram contra o projeto Hidroaysén, um empreendimento que prevê a construção de cinco represas que inundarão cerca de 6.000 hectares para gerar 2.750 MW e cuja construção -que terá início em 2014- foi aprovada por uma comissão ambiental.
A manifestação, que contou com a participação de universitários que exigem mais investimentos em ensino superior e de pessoas afetadas pelo terremoto de 27 de fevereiro de 2010, terminou com violentos choques com pedras e paus entre manifestantes e policiais, que recorreram a veículos blindados lançando jatos de água e bombas de gás lacrimogêneo para dissolver a manifestação.
Na sexta-feira, mais de 40 mil pessoas protestaram no centro da capital chilena em uma grande marcha contra a construção das cinco represas nos rios Baker e Pascua, na Patagônia.
É preciso "compatibilizar o necessário cuidado com o meio ambiente com a também necessária energia para o desenvolvimento. Não podemos dizer que precisamos de energia, consumi-la abundantemente e, ao mesmo tempo, nos opormos a todas as fontes que a geram", disse Piñera em seu discurso.