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Manifestantes permanecem em praça de Madri, mesmo com veto a atos públicos

postado em 22/05/2011 08:46
A Há quem os compare aos milhares de egípcios que transformaram a Praça Tahrir, no centro do Cairo, em uma trincheira na luta contra o regime do então presidente Hosni Mubarak. Milhares de espanhóis continuavam ontem acampados na Porta do Sol, em Madri, exigindo mudanças políticas e econômicas. Foi o sétimo dia de protestos na Espanha ; houve manifestações em várias outras cidades do país. O chamado movimento 15-M (referência ao início da campanha, em 15 de maio) anunciou que pretende manter a ocupação da área hoje, dia de eleições regionais, mesmo com a proibição de atos públicos.

Depois de reunir cerca de 20 mil pessoas na noite de sexta-feira na emblemática praça da capital espanhola, o 15-M espera manter a pressão sobre o governo nos próximos dias. ;Para hoje e amanhã temos uma prioridade muito clara: respeito total e absoluto ao dia de reflexão eleitoral, neste sábado e também ao dia eleitoral de domingo;, afirmou Juan López, um dos porta-vozes do grupo. A exemplo do que ocorreu no Cairo, há centenas de jovens acampados no local, dormindo sob lonas plásticas ou em barracas e participando de assembleias e debates dia e noite.

O movimento se preparava, até o início da noite, para uma ;concentração espontânea, reivindicativa, pacífica e festiva; na noite de ontem. Até o fechamento desta edição, a manifestação ainda não havia sido confirmada. ;Que (as pessoas) venham, não há nenhuma convocação;, afirmou Juán Lopez. Depois das eleições regionais e locais, dizem os líderes do movimento, a agenda de reivindicações será retomada ;com muita força;.

Identificar propostas para ;uma democracia limpa de corruptos;, mais justa e representativa e que não governe ;sob os ditames dos mercados; é a linha central do movimento, que diz não representar nenhum partido político. Apesar da proibição do Conselho Eleitoral Central, a polícia madrilenha não evacuou os manifestantes na sexta-feira, após o governo espanhol, que a todo momento tem reiterado ;compreensão;, dar a entender que não ordenaria a intervenção das forças de segurança.

No limite
Na manhã de ontem, cerca de 1,5 mil pessoas ; entre jovens acampados, pessoas que participam dos debates, turistas e curiosos ; lotavam a praça, onde alguns ainda dormiam enquanto o acampamento se agitava. O protesto, que começou no domingo passado com uma convocação espontânea de jovens nas redes sociais, ;está sendo algo necessário;, comemora a estudante Julia Estefanía, 20 anos, com uma frase repetida há dias por pessoas de todas as idades, como uma catarse.

A manifestação é embalada pelos graves efeitos da crise na Espanha, que tem levado muitos espanhóis ao limite do desespero. Após dois anos de recessão, a economia espanhola se recupera com dificuldades, mas o índice de desemprego continua na estratosfera ; disparou de 8% antes da crise para cerca de 21%, hoje. Entre as pessoas com menos de 25 anos, esse indicador alcança os 44%.

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