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Prossegue busca por desaparecidos em Joplin após tornado mortal

Agência France-Presse
postado em 25/05/2011 17:54
Equipes de resgate e familiares das vítimas do tornado que deixou mais de 125 mortos na cidade de Joplin, no Missouri (centro), continuavam após a descoberta de rastros, nesta quarta-feira (25/5), dos 1.500 desaparecidos, enquanto enfrentavam uma nova tormenta desencadeada por furacões em estados vizinhos.

Uma série de tornados atingiu Oklahoma na noite de terça-feira (24/5), deixando quatro pessoas mortas no condado rural e outras 60 feridas em todo o estado, segundo autoridades locais, que disseram que o tornado passou perto da capital do estado.

O cinturão do mau tempo se estende pelo centro dos Estados Unidos, passando por Oklahoma, norte do Texas e o Kansas, onde duas pessoas morreram quando os fortes ventos derrubaram uma árvore sobre uma caminhonete que trafegava em uma estrada, segundo a agência estatal de emergências.

No Arkansas, pelo menos uma pessoa morreu na madrugada de quarta-feira, quando um tornado arrasou a pequena cidade de Denning, onde residem cerca de 270 pessoas, informou o porta-voz da Agência, Tommy Jackson.

A tormenta assustou os habitantes de Missouri, onde grupos de resgate continuam procurando sobreviventes em Joplin - cidade de 50.000 habitantes - enquanto os moradores escavam entre as ruínas de suas casas em busca de pertences.

No entanto, a tormenta da madrugada de quarta-feira parece ter passado pela cidade sem maiores incidentes, de acordo com as imagens de satélites do Serviço Meteorológico Nacional americano.

A governadora do Oklahoma, Mary Fallin, insistiu na terça-feira que as pessoas não devem sair de suas casas. "As notícias mostram imagens de tornados no chão. São enormes, é um momento muito perigoso", advertiu Fallin.

No mesmo dia, o administrador da cidade de Joplin, Mark Rohr, disse em uma coletiva de imprensa que estavam na "etapa de buscas e salvamento e isto vai continuar nas próximas horas".

Apenas duas pessoas foram encontradas vivas na terça-feira entre os escombros que ainda estavam desaparecidas. Na segunda-feira, foram encontrados 17 sobreviventes do funil gigante de nuvens de quilômetros de diâmetro e com ventos de até 320 km/h que passou por Joplin no domingo (22/5).

As autoridades afirmaram já contabilizar 123 vítimas fatais do tornado de Joplin, e centenas ainda estão desaparecidas. Este é o tornado mais violento desde o começo dos registros mais modernos, em 1950. Um tornado em Flint, Michigan, em 1953, deixou 116 mortos.

Os danos a bens segurados provocados pelo tornado somam entre um e três bilhões de dólares, afirmou a empresa de análise de riscos Eqecat nesta quarta-feira. Mais de 8 mil construções de Joplin foram danificadas ou destruídas pelo tornado, que atingiu a cidade apenas 24 minutos após o alerta. O furacão de domingo deixou um rastro de destruição ao longo de 6,4 quilômetros, com mais de um quilômetro de largura.

Histórias das vítimas se multiplicaram em programas de rádio e redes sociais que buscam encontrar entes queridos. A família do bebê de 16 meses Skyular Logsdon procura sem descanso pelo menino, arrancado dos braços da mãe pelo furacão. "Não, não o encontramos", escreveu sua avó, Milissa Burns, no Facebook.

Segundo alguns relatos da imprensa, 1.500 pessoas estão desaparecidas, embora se espere que algumas tenham encontrado abrigo na casa de amigos ou parentes fora da área vizinha, sem ter sido contabilizadas pelas autoridades, o que explicaria sua falta de resposta ao chamado.

A página da cidade no Facebook se tornou um centro de informação virtual sobre os serviços disponíveis e a busca de vítimas. O presidente Barack Obama visitará no domingo a área devastada.

"Nossos pensamentos e nossas orações estão com as famílias, que estão sofrendo neste momento", disse Obama a jornalistas em Londres na terça-feira, após prometer ajuda federal para os trabalhos de reconstrução.

"Tudo o que podemos fazer é fazê-los saber que os Estados Unidos estão profundamente preocupados com eles e vamos fazer absolutamente tudo para nos assegurarmos de que podem se recuperar", acrescentou.

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