Agência France-Presse
postado em 26/05/2011 08:24
LONDRES - O chefe de Governo da Líbia, Baghdadi Mahmudi, deve enviar uma mensagem aos dirigentes internacionais propondo a eles um cessar-fogo imediato, sujeito a um controle da ONU. A informação foi publicada nesta quinta-feira pelo jornal britânico The Independent.De acordo com a carta à qual o veículo teve acesso, o regime do ditador Muamar Kadhafi está disposto a se entender com os rebeldes, declarar anistia e discutir uma nova constituição.
"A futura Líbia será completamente diferente daquela que existia há três meses", garante Baghdadi Mahmudi na carta, da qual o jornal publica trechos. "Este sempre foi o nosso projeto, mas agora temos que acelerá-lo", acrescenta.
"Para isso, devemos pôr fim aos combates, iniciar os diálogos, os entendimentos a respeito de uma nova constituição e criar um sistema de Governo que reflita a realidade da nossa sociedade e que esteja de acordo com as exigências de um regime moderno", considera o chefe do governo libanês.
O presidente americano, Barack Obama, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, se comprometeram na quarta-feira a manter a pressão militar sobre o regime libanês.
Por outro lado, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, reiterou seu pedido às autoridades do país por um "verdadeiro cessar-fogo" e por "negociações sérias" a respeito da transição política.
Mais de dois meses após o início da intervenção militar internacional e da persistente negativa do líder libanês em deixar o poder, o presidente Obama disse que os bombardeios continuarão "até que cessem os ataques de Kadhafi sobre a população civil".
"É impossível imaginar um futuro para a Líbia com Kadhafi no poder. Ele deve sair", opinou Cameron.
De acordo com uma fonte do governo britânico citada pelo The Independent, os países ocidentais poderiam aceitar um cessar-fogo sob a condição de que Kadhafi partisse para o exílio.
Em 15 de maio, Baghdadi Mahmudi já havia confirmado que o regime libanês estaria disposto a um cessar-fogo imediato, o que levaria também a o fim dos bombardeios pela Otan. A afirmação foi feita durante encontro com o enviado especial da ONU, Abdel Ela Al Jatib.