postado em 27/05/2011 08:17
Um dos criminosos de guerra mais procurados do mundo, o general sérvio-bósnio Ratko Mladic, 69 anos, foi preso ontem na Sérvia. Considerado o principal responsável pelas piores atrocidades testemunhadas na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), Mladic era procurado pela Justiça internacional havia 15 anos.O general é acusado pelo genocídio de muçulmanos durante a Guerra da Bósnia (1992-1995), em especial pelo massacre na cidade de Srebrenica e por sangrentos ataques à capital bósnia, Sarajevo. Agora, o militar deve ser extraditado para Haia, na Holanda, onde será julgado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI). A detenção de Mladic pode se tornar um marco político para o governo sérvio. A União Europeia (UE) declarou que o país superou uma grande barreira e está mais perto de conseguir sua adesão ao bloco.
O chefe das forças sérvias durante a guerra que resultou na independência da Bósnia-Herezegovina ; até então, uma república da hoje extinta Iugoslávia ; foi preso num pequeno vilarejo no norte do país. Depois do conflito, o militar se refugiou em Belgrado e teve vida confortável até a queda do regime de Slobodan Milosevic, em 2000. Desde então, estava escondido em território sérvio e, muitas vezes, contou com a proteção de setores oficiais. ;A prisão é resultado de uma cooperação total entre a Sérvia e o Tribunal de Haia. Fechamos um capítulo da história de nossa região, que nos levará a uma reconciliação completa;, declarou o atual presidente sérvio, Boris Tadic.
Com a prisão de Mladic, a Sérvia ganhou pontos diante da UE, que pedia mais colaboração do país com a Justiça internacional. ;A Sérvia está mais perto da UE do que nunca. Com a detenção, ela superou o principal obstáculo à sua adesão;, declarou à agência espanhola EFE Stefan Füle, comissário europeu para Ampliação e Política de Vizinhança. Os líderes mundiais aplaudiram a captura do general durante a reunião do G-8, em Deuville, na França. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou que a prisão de Mladic foi uma vitória para a Sérvia, para a Justiça internacional e para os familiares das vítimas do genocídio.
O general participou da política de ;limpeza étnica; na Bósnia, ao lado do ex-presidente sérvio-bósnio Radovan Karadzic, preso há quase três anos. Em julho de 1995, em um dos capítulos decisivos da guerra, suas tropas atacaram a cidade muçulmana de Srebrenica, colocada sob proteção das Nações Unidas, e promoveu o massacre de mais de 8 mil pessoas.