Agência France-Presse
postado em 28/05/2011 16:19
KUNDUZ - O chefe da força da Otan no norte do Afeganistão, o general Markus Kneip, sobreviveu neste sábado (28/5) a um atentado, reivindicado pelos talibãs, contra o gabinete do governador da província de Tajar, que deixou seis mortos, incluindo dois soldados alemães.O atentado suicida ocorreu no interior do edifício oficial depois de uma reunião de altos funcionários de segurança afegãos com o general alemão Kneip.
"Quatro afegãos morreram, entre eles o general (Mohamed Daud Daud) e o chefe da polícia (de Tajar)", declarou à AFP o porta-voz do governo da província, Faiz Mohamed Tawhidi.
O porta-voz se negou a quantificar o número de vítimas estrangeiras, depois que em um primeiro momento foi anunciada a morte de três soldados alemães e de o Ministério da Defesa alemão ter informado posteriormente que eram dois os militares dessa nacionalidade mortos no atentado.
O general Mohammed Daud Daud era o chefe da polícia no norte do Afeganistão e é uma figura importante no país. Ex-governador de Tajar, foi vice-ministro de Interior encarregado da luta antidroga antes de ser nomeado a seu posto atual, em 2010.
Até o fim de 2001, o general Daud fez parte do comando da Aliança do Norte, uma coalizão antitalibã, e estreito aliado de Ahmad Shah Masud, figura da resistência antisoviética e da luta contra os talibãs.
O governador da província de Tajar, Abdul Jabar Taqwa, ficou ferido no mesmo atentado, segundo seu porta-voz.
O porta-voz do Ministério do Interior, Zemarai Bashary, completou que no ataque 12 pessoas ficaram feridas.
O comandante das forças da Otan para a Região Norte, o general alemão Markus Kneip, estava "presente no edifício" no momento do atentado e "sobreviveu", anunciou à AFP um porta-voz da Aliança Atlântica, sem informar se o general alemão tinha sido ferido.
Posteriormente, o ministro da Defesa alemão, Thomas de Maiziere, reconheceu que o general tinha ficado "levemente ferido" e que se encontrava "estável".
Um suicida detonou um explosivo em um dos corredores do edifício depois da reunião entre altos funcionários sobre segurança, explicou à AFP o responsável administrativo dos serviços de governo, Qutbudin Kamal, testemunha do atentado.
Os insurgentes talibãs, que combatem o governo afegão e as forças internacionais que lhe apoiam desde que os talibãs foram expulsos do poder por uma coalizão internacional, no fim de 2001, reivindicaram o atentado.
"Um dos mujahidines realizou o ataque no interior do complexo do governo de Tajar, quando ocorria uma reunião sobre segurança", declarou à AFP um dos porta-vozes dos talibãs, Zabihulá Muyahid.
A província de Tajar é considerada tranquila, mas faz fronteira com a de Kunduz, que se tornou nos últimos anos reduto dos talibãs, que multiplicaram recentemente seus ataques contra alvos sensíveis e teoricamente bem vigiados em todo o país, o que faz suspeitar que os insurgentes infiltraram-se nas forças afegãs.