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Polícia mata sete durante protesto contra presidente do Iêmen

Agência France-Presse
postado em 31/05/2011 14:15
Sanaa - Sete manifestantes morreram nesta terça-feira (31/5) baleados pela polícia, que tentava impedir a celebração de uma reunião contra o regime do presidente Alí Abdalá Saleh, em Taez, um dia após uma outra matança ter ocorrido nesta mesma cidade do sudoeste do Iêmen. Já na capital Sana, teve fim a frágil trégua entre a poderosa tribo dos Hached e o Governo, o que gerou violentos combates.

No sul do país, 11 soldados iemenitas morreram em dois ataques efetuados por supostos membros da Al-Qaeda. Outros dois faleceram nesta manhã em decorrência das feridas produzidas por outro confronto na segunda-feira. "O escritório das Nações Unidas para os direitos humanos recebeu informações ainda não confirmadas de que desde domingo mais de 50 pessoas foram mortas em Taez pelo Exército, pela Guarda Republicana e por outras forças filiadas ao Governo", informou um comunicado do Alto Comissionado da ONU.

A reunião na Praça da Liberdade foi reprimida com "jatos de água, tratores e balas", trazia ainda o texto, dando conta de centenas de feridos. A chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Catherine Ashton, se disse "chocada" com o uso da força em Taez e pediu novamente ao presidente Saleh que assine o mais rápido possível o plano das monarquias do Golfo, que prevê a sua saída.

Para evitar que os pequenos grupos voltem a se reunir, as forças fiéis a Saleh não titubearam em disparar contra os manifestantes nesta terça-feira, matando cinco pessoas na cidade, indicaram forças médicas e testemunhas. De acordo com as mesmas fontes, outras duas pessoas foram mortas quando tentavam entrar na cidade para participarem dos protestos.

Testemunhas contaram que as forças de segurança foram deslocadas em massa para a localidade, um dos pilares da contestação a Saleh. Em Sanaa, foram registrados novos violentos combates após quatro dias de relativa tranquilidade entre as forças leais ao presidente Saleh e militantes do mais poderoso chefe tribal do Iêmen.

As batalhas foram travadas no bairro de Al Hasaba, onde se localiza a residência do xeque Sadek al Ahmar. As autoridades o acusaram de romper com a trégua.

O portal da internet do Ministério da Defesa informa que os combatentes tribais tomaram o controle da sede do Congresso Geral Popular (partido do presidente Saleh) e da companhia de água potável do país. Fontes ligadas ao xeque Ahmar acusaram as autoridades de haver iniciado os disparos contra a residência do chefe tribal. Testemunhas disseram que uma coluna de fumaça negra foi vista saindo da casa do xeque, que na sexta-feira anunciara uma trégua após quatro dias de combates que deixaram pelo menos 68 pessoas mortas.

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