Mundo

Presidente sírio anuncia anistia geral

Agência France-Presse
postado em 31/05/2011 17:12
DAMASCO - O presidente sírio, Bashar al-Assad, decretou nesta terça-feira (31/5) uma anistia geral, que a oposição considerou tardia, e que inclui os membros da Irmandade Muçulmana e todos os presos políticos, informou a agência oficial Sana. No entanto, a repressão continuou no centro do país, com o exército usando tanques e metralhadoras. "O presidente Assad concedeu por decreto uma anistia geral para todos os crimes cometidos antes de 31 de maio de 2011", informou a Sana.

Este anúncio é "insuficiente" e chega "tarde demais", apontou imediatamente a oposição, reunida na cidade costeira de Antalya, no sul da Turquia.

Entre 300 e 400 pessoas, de todas as correntes políticas e religiosas, se reuniram na Turquia por três dias para apoiar a contestação contra o regime e pedir a renúncia de Assad. Algumas horas antes, Damasco havia esboçado outro sinal de abertura ao publicar o início em 48 horas de um diálogo nacional com a oposição.

Uma "comissão para o diálogo nacional" será formada antes de quinta-feira com os membros de "todas as correntes políticas e personalidades da sociedade", disse ao jornal Al Watan o número dois do partido Baath, no poder, Mohamad Said Bjeitan.

Nas próximas semanas, a Síria deve realizar eleições legislativas, a terceira desde que o presidente Bashar Al-Assad ocupou o lugar do pai Hafez Al-Assad, em julho de 2000.

Esta não é a primeira vez que o regime sírio dá mostras de abertura em resposta às manifestações pró-democráticas que abalam o país desde 15 de março. Após o agravamento da crise, em abril, Assad decretou o fim do estado de sítio em vigor há quase 50 anos. No entanto isto não impediu que ele continuasse a sangrenta repressão.

Segundo as organizações de defesa dos direitos humanos, mais de 1.100 civis foram mortos e pelo menos 10 mil foram presos no país desde o início dos movimentos de protesto.

Na terça-feira, o exército continuou, pelo terceiro dia consecutivo, as operações na cidade de Rastan, próxima de Homs, no centro do país. "Ouvimos tiros de metralhadoras em Rastan. As operações continuam", declarou à AFP um militante dos direitos humanos. "Esta manhã foram ouvidas explosões", acrescentou.

"Rastan está completamente isolada e um grande número de pessoas ficaram feridas na cidade", informou o militante, afirmando que "os tanques do exército cercam o local e no interior são destacados veículos de transportes de tropas;.

Desde a manhã de domingo, dezenas de tanques cercam Rastan e Talbiseh, assim como a aldeia de Teir Maaleh, reprimindo os protetos ao na região de Homs, terceira maior cidade do país, situada a 160 km ao norte de Damasco.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação