postado em 01/06/2011 11:09
A Otan prosseguiu com a campanha de bombardeios, com novos ataques nesta terça-feira à noite em Trípoli, e anunciou nesta quarta que prolongará seu plano de ação militar na Líbia até o final de setembro."A Otan e seus aliados acabam de decidir prolongar nossa missão na Líbia por mais 90 dias", indicou um comunicado de Anders Fogh Rasmussen, secretário-geral da organização, referindo-se ao aumento do prazo, que inicialmente estipulava o dia 27 de junho para o fim da missão.
"Trata-se de uma mensagem clara para o regime de Kadhafi: estamos decididos a manter nossas operações para proteger o povo líbio", acrescentou Rasmussen no momento em que o conflito parece se transformar em um atoleiro.
"Nossa decisão também é uma mensagem clara para o povo líbio: a Otan, nossos aliados, toda a comunidade internacional está com vocês", acrescentou. "Estamos unidos para assegurar de que possam construir nosso próprio futuro. E esse dia está se aproximando", concluiu o secretário-geral da Otan.
A Otan assumiu o controle da operação militar na Líbia no dia 31 de março. A operação havia começado no dia 19 de março, um mês depois do início da revolta popular violentamente reprimida pelo regime de Muamar Kadhafi, no poder há quase 42 anos.
Na noite de terça-feira, os aviões da Otan voltaram a atacar Trípoli, alvo de bombardeios intensivos há dez dias. Seis explosões sacudiram a cidade, mas um jornalista da AFP não conseguiu determinar quais foram os locais atacados.
Segundo o porta-voz do governo líbio, Musa Ibrahim, 718 civis morreram e 4.067 ficaram feridos nos ataques da Otan e da coalizão entre 19 de março e 26 de maio.
O tenente-coronel Mike Bracken, porta-voz da Otan, afirmou que a Aliança Atlântica, cuja intervenção militar se limita às operações aéreas, "seguirá pressionando" o regime, já que as forças de Kadhafi continuam atacando civis.
Bracken mencionou como exemplos as cidades de Dfania e de Yefren, no oeste e no sudoeste da Líbia respectivamente. Dfania, a poucos quilômetros de Misrata, foi "bombardeada cegamente", disse o porta-voz da Otan.