Agência France-Presse
postado em 01/06/2011 17:02
Roma - O chefe de governo italiano, Silvio Berlusconi, e a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, decidiram nesta quarta-feira (1/6), em Roma, reativar "em todos os níveis" as relações bilaterais, depois de nove anos de tensões entre os dois países.A iniciativa foi anunciada numa declaração conjunta divulgada após um almoço de trabalho na sede do governo italiano, o Palácio Chigi.
"Inspirados nos valores comuns de liberdade, democracia, progresso social, respeito aos direitos humanos, e do direito internacional e da defesa do multilateralismo nas relações internacionais (...) celebramos o reinício das relações bilaterais em todos os níveis", dizia o texto divulgado pelo governo italiano.
Os dois dirigentes lembraram o Tratado Geral de Amizade e Cooperação Mútua assinado em 1998 entre a Argentina e a Itália, sobre o "aumento e a diversificação" do comércio bilateral.
A presidente argentina, vestida de preto e com o cabelo solto, chegou pouco depois das 13 horas (8 horas no horário de Brasilia) para o almoço com Berlusconi, que durou quase três horas.
Cristina Kirchner foi recebida por um pequeno grupo de simpatizantes que a esperavam com uma enorme faixa com os dizeres: "Cristina, honremos os 150 anos da Itália com sua presença".
Trata-se da primeira visita desde 2002 de um presidente argentino à Itália, país com laços históricos, uma vez que mais da metade da população argentina é de origem italiana.
Os dois presidentes concordaram em promover o intercâmbio em setores como economia, ciência, tecnologia e cultura e reafirmaram o desejo comum de trabalhar em conjunto no G-20 e na reforma do Conselho de Segurança da ONU.
Ao final do almoço não houve uma coletiva de imprensa, o que já é comum de Berlusconi que quer evitar perguntas incômodas dos veículos estrangeiros sobre os escândalos sexuais e a humilhante derrota eleitoral sofrida no último fim de semana pela coalizão da direita nas eleições municipais de Milão e Nápoles.
Kirchner chegou a Roma na tarde de terça-feira para participar da comemoração dos 150 da unificação da Itália, na qual participaram 40 presidentes e líderes de Estado.