Agência France-Presse
postado em 01/06/2011 17:27
Santiago - Cerca de 15 mil estudantes foram nesta quarta-feira (1/6) às ruas do centro de Santiago para exigir melhorias no sistema educacional do país, assim como maiores facilidades para o financiamento dos estudos universitários.Somaram-se à marcha a União de Professores e a Associação Nacional dos Empregados Fiscais, com suas demandas apoiadas pelos reitores da Universidad Santiago de Chile e da Universidad de Chile.
"Nas universidades tradicionais (públicas), onde fica o melhor ensino e as pesquisas do país, passamos muitos anos esperando por um tratamento justo, mas não queremos continuar esperando enquanto os sonhos e ideais de gerações de chilenos são frustrados", expressou o reitor da Universidad de Chile, Víctor Pérez Vera, por meio de um comunicado.
A manifestação transcorreu de forma pacífica no centro da cidade, com aproximadamente 15 mil participantes, segundo informações da polícia; no entanto, próximo ao Ministério de Educação, houve alguns distúrbios, controlados pela polícia com jatos d;água e gases lacrimogêneos.
As demandas da Confederação de Estudantes do Chile (Confech) estão voltadas ao fortalecimento da educação pública, a ampliar o acesso à universidade e a facilitar um maior financiamento por meio de doações e empréstimos, segundo a presidente da Federação de Estudantes da Universidad de Chile, Camila Vallejos.
A baixa qualidade da educação pública tem sido o principal foco de protestos no Chile nos últimos anos, mobilizando milhares de estudantes e professores.
Os estudantes denunciam a falta de financiamento das universidades públicas, e pouca regulamentação nas universidades privadas onde, segundo eles, o currículo é deficiente e existe uma alta taxa de evasão.
Uma drástica redução dos recursos decretada durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) e uma ampla privatização do setor educativo são consideradas a causa dos resultados ruins na educação chilena.