postado em 03/06/2011 08:23
Brasília ; A dois dias do segundo turno das eleições presidenciais no Peru, os dois candidatos que disputam o cargo, o militar da reserva Ollanta Humala, de 48 anos, e Keiko Fujimori, de 36 anos, filha do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-200), aparecem tecnicamente empatados, segundo as pesquisas de intenção de voto.Para os analistas políticos, a definição está nas mãos dos indecisos que, tradicionalmente, optam por escolher no momento da votação ; marcada para o próximo domingo (5/6). Nesta reta final, os dois candidatos intensificaram os esforços para conquistar esse grupo, que representa cerca de 20% dos 20 milhões de eleitores.
Pelas últimas pesquisas de opinião, divulgadas pelo jornal La Republica, Humala teve 43,8% enquanto Keiko obteve 42,5%. O jornal El Comercio, em outra sondagem, mostrou que Keiko teve 43,5% e Humala 42,6%.
Vitorioso no primeiro turno em 10 de abril, Humala, 48 anos, é tenente-coronel da reserva e tem orgulho da origem indígena, como 80% da população peruana. Ele já tentou ser presidente do Peru por três vezes. Para um eleitorado com perfil conservador, pesam contra Humala suas ligações políticas com os presidentes da Venzuela, Hugo Chávez, e da Bolívia, Evo Morales.
Durante a campanha, o candidato tentou afastar sua imagem das de Chávez e Morales e passou a defender o aumento de impostos sobre as empresas de mineração para financiar programas sociais. Ele também se diz favorável a manter os acordos referentes aos tratados comerciais e a liberdade de imprensa.
Keiko é a herdeira de uma corrente liberal e populista que nasceu com seu pai, Fujimori, que está preso por causa de acusações de corrupção, enriquecimento ilícito e violação dos direitos humanos. O legado do ex-presidente é o principal tema da campanha de Keiko e causa efeitos positivos e negativos, uma vez que Fujimori inspira admiradores e adversários.
Contra Keiko pesa o medo de parte da população sobre o regresso de um período marcado pela corrupção e pelo desrespeito às instituições políticas. Durante a campanha, a candidata tentou desfazer os temores, prometendo um contato direto entre o governo e a sociedade, estimulando os investimentos às pequenas e médias empresas e à implementação de programas sociais.