postado em 03/06/2011 12:04
A propagação da bactéria que já provocou 18 mortes na Europa parece se estabilizar nesta sexta-feira, garantem médicos alemãos, mas sua origem e as formas de contaminação ainda continuam sendo um mistério."O número de novas infecções parece ter estabilizado", afirma o professor Reinhard Brunkhorst, presidente da Sociedade Alemã de Nefrologia e diretor do Hospital Universitário de Hannover, onde várias mortes foram registradas.
Na quinta-feira, a Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou esta cepa da E. coli como "muito rara" e "nunca vista antes em uma epidemia".
O professor Brunkhorst se referiu a "mais importante epidemia das últimas décadas provocada por uma bactéria" durante uma coletiva de imprensa em Hamburgo, onde são atendidos os principais casos de infecção na Alemanha.
Uma empresa particular chinesa da área da genética que trabalha com o Centro Hospitalar Universitário de Eppendorf, em Hamburgo, e um laboratório californiano afirmaram na quinta-feira que esta bactéria se trata se um híbrido que traz genes de dois diferentes tipos de E. coli, algo nunca visto antes. "Ela se apresenta resistente aos antibióticos e por isso é extremamente difícil tratá-la", explicaram.
De acordo com a OMS, 12 países já registraram casos de infecção pela bactéria, que provoca hemorragias no sistema digestivo e, nos casos mais graves, transtornos renais.
Todos os casos estão relacionados à Alemanha, onde 17 pessoas morreram. O outro óbito ocorreu na Suécia. O consumo de verduras segue reduzido na Europa. Ainda que descartada a contaminação pelos pepinos espanhóis, a União Europeia (UE) acredita que os prejuízos para a agricultura do país são irreversíveis.
Por precaução, o Instituto Robert Koch (RKI), encarregado da vigilânia sanitária na Alemanha, ainda recomenda aos consumidores evitarem as verduras cruas, qualquer que seja sua origem.
Na quinta-feira, o chefe de Governo espanhol, Jose Luis Zapatero, se reuniu com a chanceller alemã Angela Merkel, que prometeu "que a Alemanha estudará formas para indenizar os agricultores afetados".
A Rússia, por sua vez, decretou embargo às verduras provenientes da UE. O organismo considerou a reação um exagero e pediu ao país - que importa cerca de 600 milhões de euros em verduras europeias - que reveja a decisão.