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Autoridades negam ter recuperado corpos de naufrágio na Tunísia

Agência France-Presse
postado em 03/06/2011 14:58
Túnis - A guarda marítima tunisiana, responsável pelas operações de socorro na costa do país, desmentiu nesta sexta-feira (3/6) ter recuperado cadáveres de imigrantes desaparecidos na quinta-feira após um naufrágio, desmentindo informações do Crescente Vermelho local.

"Apenas recuperamos dois corpos ontem" e "suspendemos as operações de busca devido ao mau tempo", afirmou à AFP o diretor da guarda marítima, Lofti Baili. "No momento, apenas temos dois corpos" de imigrantes mortos na véspera, confirmou à AFP o tenente coronel Tahar Landoulsi, chefe da guarda marítima em Sfax (sul), porto a partir do qual são feitas as operações.

Em Sfax, o Crescente Vermelho tinha informado anteriormente à Organização Internacional para as Migrações (OIM) em Genebra, como também à AFP, que entre 120 e 150 cadáveres de migrantes tinham sido recuperados, de um total de mais de 200 desaparecidos no naufrágio. "O Crescente Vermelho tunisiano confirmou na quinta-feira que ainda havia cadáveres na água e que as operações de recuperação estavam em curso", tinha indicado anteriormente a OIM em comunicado de imprensa nesta sexta-feira, afirmando que, segundo a mesma fonte, "150 pessoas na maioria originários da África subsariana, morreram e seus corpos foram levados ao hospital de Sfax".

O coordenador do Crescente Vermelho tunisiano em Sfax, Moez Barkallah, tinha afirmado à AFP que 123 corpos tinham sido recuperados e transportados ao necrotério.

Contatado novamente após o desmentido das autoridades, este médico do Crescente Vermelho mostrou-se menos afirmativo, indicando que "não se tratava de informações oficiais" e que ele pessoalmente, não tinha visto os corpos no necrotério.

Entre 200 e 270 imigrantes que fugiam da Líbia desapareceram na quinta-feira na costa tunisiana e cerca de 600 puderam ser socorridos, quando tentavam chegar à Itália a bordo de uma embarcação que naufragou.

Na quinta-feira à noite, as equipes de socorro tinham perdido qualquer esperança de encontrar os desaparecidos vivos.

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