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Golã: 23 mortos e 350 feridos por disparos israelenses, diz Síria

Agência France-Presse
postado em 05/06/2011 19:39
Majdal Shams - O Exército israelense atirou neste domingo (5/6) contra manifestantes sírios e palestinos que tentaram entrar nas Colinas de Golã, território ocupado por Israel, deixando 23 mortos e 350 feridos, segundo Damasco.

O incidente ocorreu após centenas de palestinos e sírios tentarem ultrapassar a linha de cessar-fogo entre Síria e Israel nas Colinas de Golã, por ocasião do aniversário da derrota árabe na Guerra dos Seis Dias, em 1967.

Contudo, nenhum manifestante conseguiu cruzar a linha e o porta-voz do Exército israelense, Yoav Mordechai, anunciou que a situação está "sob controle".

Ali Kanaan, médico da cidade de Kuneitra, disse à AFP que os mortos receberam disparos "na cabeça e no peito".

Segundo um porta-voz do Exército israelense, os soldados "não tiveram outra opção se não abrir fogo em direção aos manifestantes com a intenção de dispersá-los". A mesma fonte disse que várias dezenas deles ignoraram os avisos verbais e os tiros para o alto dos soldados israelenses.

Um fotógrafo da AFP em Majdal Shams viu ao menos 20 manifestantes feridos, que foram retirados do lado sírio.

O Exército israelense informou sobre a explosão de minas sírias, que teriam provocado ao menos um ferido do lado sírio.

Em resposta aos tiros, centenas de jovens de Majdal Chams, principal localidade drusa nas Colinas de Golã, atacaram com pedras as forças israelenses estacionadas na região, constatou a AFP.

Assim como aconteceu no dia 15 de maio, o Exército israelense acusou Damasco de provocação para desviar a atenção da sangrenta repressão ao movimento de contestação popular que agita o país desde o dia 15 de março, com um balanço de ao menos 1.100 mortos em manifestações contra o regime do presidente Bashar al-Assad.

O primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusou "elementos extremistas" que "tentam forçar as fronteiras, ameaçando as nossas comunidades e nossos cidadãos".

As manifestações não se limitaram às Colinas de Golã. Também houve protestos na Cisjordânia, com centenas de manifestantes na entrada de Jerusalém, onde os guardas froteiriços israelenses dispararam balas de borracha para repelir o lançamento de pedras, com um saldo de 30 feridos leves, segundo fontes locais.

Uma centena de pessoas se manifestaram também em Nablus (norte) e em Hebrón (sul).

Em Gaza, a polícia do movimento radical Hamas (no poder neste território) impediu que centenas de pessoas se aproximassem da fronteira.

Após a Guerra dos Seis Dias, Israel conquistou a península do Sinai, devolvida ao Egito em 1982, as Colinas de Golã, a Cisjordânia (incluindo Jerusalém Oriental) e a Faixa de Gaza.

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