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Boca de urna da vitória de Humala na corrida à Presidência do Peru

Lima - Segundo o instituto Ipsos, Humala obteve 52,6% dos votos, contra 47,4% para Keiko Fujimori, o que dá uma margem de 5,2 pontos para o candidato da aliança Ganha Peru.

A pesquisa CPI aponta Humala com 52,5% dos votos, contra 47,5% para Fujimori, uma vantagem de 5 pontos, enquanto o instituto Datum informa 52,7% a Humala e 47,3% para Fujimori, com diferença de 5,4 pontos percentuais.

A margem de erro da boca de urna é de 6%.

Os três institutos também realizaram a chamada "contagem rápida", baseada em números da apuração obtidos por pesquisadores, e confirmaram a vitória do candidato da esquerda.

Na "contagem rápida" do Instituto Ipsos, Humala tem 51,5% dos votos, contra 48,5% para a congressista Keiko Fujimori.

O diretor do Ipsos, Alfredo Torres, estimou que Humala "está muito próximo" da presidência, já que a margem de erro da "contagem rápida" é de 1%.

A "contagem rápida" da CPI revela que Humala vence com 52%, contra 48% para Keiko, enquanto o instituto Datum dá 51,3% para o candidato de esquerda e 48,7% a Fujimori.

A Justiça Eleitoral informou que os resultados oficiais começarão a ser divulgados a partir das 20H00 local (22H00 de Brasília).

Após a divulgação das pesquisas de boca de urna, houve muita comemoração no hotel de Lima onde está o comando da campanha de Humala.

O ex-ministro da Economia e ex-candidato Pedro Pablo Kuczynski, que fez campanha para Keiko Fujimori, admitiu que o resultado das pesquisas "já nos dá uma luz", e pediu a Humala que indique rapidamente as novas autoridades econômicas para evitar uma crise no país.

O Prêmio Nobel de Literatura Mario Vargas Llosa comemorou em Madri "a derrota do fascismo (...) e a grande vitória da democracia no Peru". "Nos livramos de uma ditadura que foi corrupta e sangrenta e queria voltar ao poder. Os peruanos agiram com grande responsabilidade, precisamos celebrar".

Vargas Llosa disse que o novo presidente precisa dar agora "os sinais necessários para reconciliar a família peruana". "Esta divisão tem sido muito negativa, Ollanta Humala deve exortar os peruanos à reconciliação e a cessar os ataques, as iras, os rancores e a violência verbal, para que o Peru siga lutando contra a pobreza e o atraso".

Humala, um militar reformado de 48 anos, a quem seus opositores acusam de ser próximo do venezuelano Hugo Chávez, é temido pelo mercado pela possibilidade de que mude o modelo econômico - que tem feito do Peru o país com o maior crescimento da América Latina na última década - para combater a pobreza em que estão 34% da população.

Chávez apoiou Humala nas eleições de 2006. Desde então, no entanto, o candidato tem se distanciado do líder venezuelano e declara sentir-se mais próximo do modelo brasileiro e até mesmo do argentino, dizendo que muitas das medidas aplicadas na Venezuela (como a intervenções no câmbio ou no Banco Central) não são aplicáveis no Peru.

Quase 20 milhões de peruanos foram convocados para escolher o sucessor de Alan García, em mais de 100 mil locais de votação, por todo o país.