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EUA iniciam julgamento de assassino em série que guardava 11 corpos em casa

Agência France-Presse
postado em 06/06/2011 16:15
CLEVELAND - Começou nesta segunda-feira (6/6), com a seleção do júri, o julgamento de um suposto assassino em série, acusado de ter guardado os corpos de 11 mulheres no jardim de sua casa em Cleveland (Ohio, nordeste dos Estados Unidos). O caso macabro, descoberto no dia 29 de outubro de 2009, pôs em dúvida a responsabilidade das autoridades que nada detectaram, apesar de terem sido alertadas várias vezes.

Todas as vítimas do suposto assassino, Anthony Sowell, eram pobres, negras e algumas, moradoras de rua. Isto poderia explicar a razão pela qual os desaparecimentos não foram notados. De qualquer maneira, a polícia não deu atenção a vários pedidos de ajuda que poderiam ter salvado algumas delas.

Em dezembro de 2008, por exemplo, uma mulher coberta de sangue dirigiu-se aos policiais e contou que havia escapado da casa de Sowell, que foi fichado como agressor sexual. No entanto, os policiais não levaram muito a sério o testemunho da mulher, apesar dos vestígios de sangue encontrados na entrada casa do suspeito.

Em abril de 2009, outra mulher foi à polícia denunciar ter sido violentada várias vezes por Sowell durante três dias na casa dele, que dizia a ela que precisava ser "adestrada como um animal". Outra mulher contou, em setembro de 2009, que Sowell a havia sequestrado, estuprado e tentado o estrangulá-la com uma corda.

Apenas um mês depois, a polícia foi até a casa de Sowell com um mandato de busca e encontrou os corpos. Um odor insuportável levou as autoridades a dois corpos já em decomposição sobre uma cama, no segundo andar da casa. Após semanas de investigações no local, a polícia descobriu outros oito corpos na casa e no jardim, além de um crânio numa lixeira.

Sowell, de 51 anos, foi preso dois dias depois da descoberta dos primeiros corpos. Ele pode ser condenado à morte por cerca de 100 acusações, entre elas sequestro, estupro, profanação de cadáver, roubo e assassinato.

Sowell havia se mudado para Cleveland depois de deixar a marinha, em 1985. Cinco anos depois foi condenado por estuprar uma mulher grávida. Quando saiu da prisão em 2005, voltou a morar na antiga casa com a noiva Lori Frazier, neta do prefeito de Cleveland, Frank Jackson. "Eu não sei por que ele fez isso", disse Frazier à TV WIOI, pouco depois da prisão do noivo. "Ele me tratava bem, jamais pensei que guardava corpos na casa".

Frazier disse que em várias ocasiões ela perguntou a Sowell de onde vinha o cheiro ruim que impregnava o lugar, e ele respondia que era por causa da má higiene da mãe dele que morava em baixo. Depois culpou a fábrica de salsichas do bairro.

Se Sowell tivesse sido preso após a denúncia de agressão em dezembro de 2008 ou do estupro em abril de 2009, pelo menos cinco vítimas teriam sido poupadas. Após a seleção do júri, o julgamento não deve levar mais do que 10 dias.

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