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Ban Ki-moon apresenta-se para segundo mandato à frente da ONU

NOVA YORK - O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, anunciou nesta segunda-feira (6/6) que se apresentará a um segundo mandato de cinco anos nas Nações Unidas, pelo que enviou carta aos Estados-membros para "humildemente me oferecer (como candidato)".

O mandato de Ban foi iniciado em 1; de janeiro de 2007 e termina no dia 31 de dezembro. "Darei o melhor de mim até o último minuto", prometeu Ban, que também é ex-ministro das Relações Exteriores da Coréia do Sul.

Fontes diplomáticas disseram que sem um rival para ocupar o cargo, espera-se que o Conselho de Segurança conceda sua aprovação. A Assembleia Geral da ONU realizará uma votação até o fim de junho.

Ban informou que a prioridade do seu segundo mandato seria a obtenção de um acordo sobre a questão das mudanças climáticas. "Não pouparei nenhum esforço", declarou. "Trata-se da prioridade mais importante para a humanidade. O êxito das negociações depende da boa vontade coletiva dos dirigentes mundiais", completou. "É uma excelente notícia", reagiu Alain Juppé, ministro das Relações Exteriores da França. "Não temos dúvidas de que ele mostrará as mesmas qualidades demonstradas nesse primeiro mandato, ao reforçar a eficiência do funcionamento da ONU ", elogiou Juppé.

Li Baodong, embaixador da China na ONU, informou que o seu país e o Grupo dos países asiáticos da ONU apoiavam a candidatura de Ban Ki-Moon. "Tem sido um grande privilégio estar à frente desta organização. Com o apoio dos Estados-membros, me sentirei profundamente honrado ao servi-la mais uma fez", declarou Ban.

De acordo com responsáveis da ONU, o atual secretário-geral impressiona pela sua capacidade de trabalho. Ele chega a seu escritório às 7H30, sai as 20H00 e ainda costuma trabalhar em casa de noite ou nos fins de semana. "Esses quatro anos e meio foram marcados por desafios extraordinários para as Nações Unidas e a comunidade internacional", disse Ban-Ki-Moon.

"Podemos ter orgulho das nossas realizações. Trouxemos a questão das mudanças climáticas para o topo da agenda mundial, além de respostas rápidas em zonas de emergência humanitária como a Birmânia, o Haiti, ou o Paquistão. Salvamos muitas vidas semeamos a paz no Sudão, na República Democrática do Congo e na Costa de Marfim", lembrou.

Ban Ki-Moon também foi elogiado por nações ocidentais por sua firmeza no apoio dos movimentos da "primavera árabe", mas chegou a sofrer críticas por não encarar de frente o problema dos direitos humanos em países como a China.

O secretário-geral do ONU também declarou que "conversava constantemente com as autoridades chinesas para pedir melhorias no campo dos direitos humanos".