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Iemên é palco de violentos protestos contra a volta do presidente Saleh

Agência France-Presse
postado em 07/06/2011 13:15
Sanaa - O Iêmem é palco nesta terça-feira (7/6) de vários protestos contra o retorno ao poder do controverso presidente Ali Abdullah Saleh, internado na Arábia Saudita. Na capital Sanaa, jovens organizam um grande protesto, enquanto em Taez opositores ao regime tomaram o controle de quase toda a cidade. Em Zinjibar foram registradas as mortes de 30 membros da Al-Qaeda, informaram autoridades locais. Entre os mortos, estaria um dos chefes locais da organização. De acordo com o ministério da Defesa iemenita, Zinjibar está dominada por rebeldes suspeitos de ligação com a rede terrorista, o que teria dado início a confrontos na cidade.

Na cidade, os confrontos ocorreram durante a noite na entrada da cidade que em 29 de maio foi dominada pelos extremistas que dizem pertencer a uma organização desconhecida, os Partidários de Sahria, mas identificados pelas autoridades como combatentes da Al-Qaeda. Na capital Sanaa, jovens manifestantes que acampam numa praça organizavam para a tarde um protesto contra o retorno de Ali Abdullah Saleh. Eles se dirigiram à casa do vice-presidente, Abdel Rabbo Mansur Hadi, para exigir a "implantação de um conselho presidencial transitório", disse um dos organizadores. "Saleh é livre para voltar, mas apenas como um simples cidadão", disse à AFP Wassim al-Qirchi, um dos representantes do movimento jovem.

Taez, foco de protestos e localizado a 270 km de Sana, foi uma das primeiras cidades a se colocar contra Saleh. A cidade está nas mãos dos rebeldes, segundo informações do xeque Hammud Said al-Mejlafi, líder do conselho tribal de Taez.

Quase toda a cidade estava sob o domínio de homens armados e de justiceiros. Alguns partidários seguem fiéis e presentes no palácio presidencial, no quartel-geral das forças de segurança e no hospital da revolução, segundo informações de um fotógrafo da AFP, que registrou em imagens o dia de conflitos. As autoridades, no entanto, desmentiram que Taez esteja nas mãos dos opositores. O xeque Mejlafi afirmou que representantes tribais armados foram enviados à cidade para "proteger os manifestantes pacíficos após o genocídio" praticado pelas forças do regime.

Combates sangrentos
Mais de 50 manifestantes morreram em 30 de maio, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), durante uma ação das forças, que dispersava opositores acampados na Praça da Liberdade. De acordo com o xeque, os combates com as tropas partidárias de Saleh, em especial a Guarda Republicana, prosseguiram nesta terça-feira.

Ferido na sexta-feira em um ataque, o presidente iemenita foi operado em um hospital de Riad, na Arábia Saudita, e o vice-presidente afirmou que sua volta está prevista para os próximos dias. A oposição parlamentar se mostra determinada a impedir seu regresso.

A Casa Branca afirmou na segunda-feira que uma "transição imediata" do poder no Iêmen "interessa muito" a população deste país.

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