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Conselho de Segurança da ONU discute resolução contra Síria

Agência France-Presse
postado em 08/06/2011 18:31
NAÇÕES UNIDAS - O Conselho de Segurança da ONU debate nesta quarta-feira a resolução proposta pelos países europeus condenando o governo sírio pela repressão e a morte de manifestantes opositores.

A Rússia e a China vêm se opondo às decisões do Conselho de Segurança na questão Síria, mas Grã-Bretanha e a França já elaboraram uma nova versão da resolução e a enviaram aos outros membros do Conselho na esperança de conseguir o apoio dos países que se opuseram à resolução anterior. "Ela foi adaptada, mas condena a violência", disse o embaixador britânico da ONU Mark Lyall Grant à AFP antes da reunião do Conselho de Segurança.

Os Estados Unidos mostraram-se favoráveis à resolução. O porta-voz do Departamento de Estado, Mark Toner, disse que Washington está "tentando convencer outros líderes no Conselho" a apoiar as medidas contra o presidente Bashar Al-Assad. "Acreditamos que tal resolução possa adicionar pressões ao regime Assad, ajudando nos esforços da comunidade internacional para pôr um fim à repressão brutal ao povo sírio", disse Toner.

A resolução recomenda vigilância sobre o fornecimento de armas ao regime do presidente Bashar al-Assad, exigindo, também, a cooperação da Síria com as investigações do Conselho de Direitos Humanos da ONU, além de insistir na libertação dos prisioneiros políticos, acrescentou o diplomata.

As nações europeias gostariam de votar a resolução já nos próximos dias, segundo o enviado de Portugal José Filipe Moraes Cabral. Diplomatas europeus acreditam ter pelo menos nove votos, e que países ainda em dúvida, como Brasil e África do Sul, podem ser convencidos com a nova versão. No entanto, o maior risco é o veto da Rússia ou da China, dois dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, além da Grã Bretanha, França e Estados Unidos, que podem vetar qualquer resolução.

O Ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse na terça-feira que Moscou se opõe a um voto no Conselho de Segurança condenando a Síria, principal aliado do país no Oriente Médio. "Estamos preocupados com a situação na Síria, mas não achamos que a participação do Conselho ajude", disse na terça-feira o embaixador da China na ONU, Li Baodong. No entanto, nenhum dos dois países ameaçou vetá-la, disseram os diplomatas.

Entre os outros membros, o Líbano disse que votaria contra pelos fortes laços com a Síria. A Índia também se manifestou contra o primeiro projeto de resolução. "A maneira exata de como vai proceder vai depender muito da nossa experiência na Líbia. Isso complica a situação", disse o embaixador indiano na ONU, Hardeep Singh Puri.

Brasil e África do Sul somaram-se à Rússia e à Índia criticando os ataques aéreos na Líbia, que a OTAN diz ser justificado pelas resoluções do Conselho de Segurança.

A nova resolução visa a diminuir as preocupações sem especificamente agir de acordo com o capítulo VII da ONU que permite sanções obrigatórias, dizem os diplomatas. "Há relatórios confiáveis de que mais de mil pessoas já morreram e pelo menos 10 mil estão presos, essa violência contra manifestantes pacíficos é completamente inaceitável", disse em Londres o premiê britânico, David Cameron, no Parlamento. "Não devemos nos calar diante dessas afrontas, e não vamos".

"Na União Europeia, já congelamos os bens e proibimos as viagens dos membros do regime e agora acrescentamos o presidente Assad à lista". "Mas acredito que precisamos ir além", disse Cameron.

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