Agência France-Presse
postado em 09/06/2011 14:39
A cidade mexicana de Morelia (oeste) viveu uma noite de terror na quarta-feira, com relatos de pelo menos 21 corpos com mensagens de advertência em vários pontos, quatro dias após a realização de uma manifestação pedindo o fim da violência."Até agora as equipes de perícia fizeram o levantamento de 21 homens, na maioria jovens entre 25 e 30 anos", disse à AFP Jesús Montejano, procurador do estado de Michoacan, cuja capital é Morelia.
Os corpos foram jogados simultaneamente, em alguns casos em grupos, em diversos pontos da cidade de 600 mil habitantes, a 305 quilômetros da Cidade do México, inclusive num campo de futebol e nos fundos de um hotel.
Em todos os casos, junto aos cadáveres apareceram bilhetes que os relacionavam a sequestros, roubos e estupros, disse Montejano.
No primeiro caso, uma denúncia informou que havia cinco corpos empilhados na área do Porto de Buenavista. A polícia foi alertada pouco depois da presença de outros cinco corpos na saída de Salamanca, também colocados uns sobre outros e com os rostos cobertos com fita adesiva.
Num campo de futebol foram encontrados três corpos deixados da mesma maneira, e outros três atrás de um hotel. Outros cinco foram jogados em diferentes lugares de Morelia.
Michoacan é o reduto do grupo de criminosos chamado La Familia, considerado uma das gangues mais violentas e cujos líderes se dizem inspirados numa mescla de mensagens bíblicas e slogans de auto-ajuda.
As autoridades dos Estados Unidos afirmam que La Familia é um dos maiores responsáveis pelo tráfico de drogas sintéticas do país.
Desde dezembro, quando o governo anunciou a morte num combate com militares de um dos líderes, Nazario Moreno, La Familia parece ter iniciado uma disputa interna entre grupos rivais pelo controle da organização.
Mais de 37 mil pessoas já morreram no México desde dezembro de 2006, quando o presidente Felipe Calderón, nascido em Michocan (região mais violenta do país), iniciou uma ofensiva militarizada às facções.