Agência France-Presse
postado em 09/06/2011 16:20
NAÇÕES UNIDAS - O Brasil, um membro chave do Conselho de Segurança da ONU, expressou preocupações nesta quinta-feira de que uma resolução das Nações Unidas condenando a violência na Síria possa aumentar as tensões no Oriente Médio.O chanceler brasileiro, Antonio Patriota, também afirmou que os ataques aéreos da Otan na Líbia causaram hesitação entre os membros do Conselho de Segurança sobre a adoção de ações contra a Síria.
Grã-Bretanha e França propuseram uma nova resolução, condenando a violência na Síria, para um possível voto do Conselho de Segurança, mas Rússia e China se opuseram veementemente à ação, enquanto Brasil, Índia e África do Sul expressaram reservas.
A Síria é "muito central quando se analisa a estabilidade no Oriente Médio", disse Patriota a jornalistas na sede das Nações Unidas, em Nova York. "Eu penso que a última coisa que queremos ver ou fazer é contribuir para exacerbar tensões naquela que consideramos ser uma das regiões mais tensas do mundo", acrescentou.
Patriota disse não haver apoio árabe para ações contra a Síria, como houve no caso da Líbia, quando a resolução 1973 da ONU determinou a adoção de sanções e permitiu ações militares para proteger os civis de ataques de forças de Muamar Kadhafi. "Também existe uma preocupação sistêmica, eu diria, sobre a implementação da resolução 1973", disse o ministro brasileiro. "Nós acreditamos que os membros do conselho deveriam observar estritamente a linguagem e o espírito nos quais a (resolução) 1973 foi adotada", emendou.
"Eu penso que preocupações a respeito da implementação desta resolução também estão influenciando a forma como as delegações olham para outras medidas que podem afetar outros países da região e a Síria em particular", acrescentou.
O Brasil ficou muito preocupado com a violência na Síria, "portanto, continuaremos monitorando a situação de perto antes de adotar uma posição sobre esta proposta específica", disse.
O Brasil foi um dos cinco países que se asbtiveram na votação sobre as sanções contra a Síria. O país sul-americano e a África do Sul são os dois países que as potências europeias esperam conquistar para apoiar uma resolução sobre a Síria.
Rússia e China expressaram forte oposição contra ações naquele país e poderiam vetar qualquer resolução, afirmaram diplomatas.