Agência France-Presse
postado em 12/06/2011 16:20
O rei Abdullah II da Jordânia comprometeu-se neste domingo (12/6) a realizar reformas que conduzam a um sistema parlamentarista, enquanto denunciou o caos e a criação de um ambiente de ódio pelos meios de comunicação de seu país.Em um discurso televisionado, o primeiro desde que começou o movimento de contestação na Jordânia em meados de janeiro, o soberano comprometeu-se a empreender "um processo eleitoral justo (...), que permita no futuro a formação de governos baseados em uma maioria parlamentar".
O dito processo será debatido, segundo afirmou o rei, por uma Comissão Real encarregada "de explorar possíveis emendas (da Constituição), apropriadas para o futuro da Jordânia".
A oposição, principalmente islâmica, reclama que os governos na Jordânia sejam formados pelo líder do partido que obteve uma maioria no Parlamento, no lugar de o primeiro-ministro ser designado pelo rei como estipula a Constituição.
Mas o monarca denunciou "os ditados nas ruas e a ausência da voz da razão", em referência ao movimento de contestação, que exige reformas políticas e econômicas, assim como o fim da corrupção, afirmando que "ninguém na Jordânia tem o monopólio das reformas ou de sua promoção".
"Devemos diferenciar entre as mudanças democráticas realizáveis e os riscos de caos e de discórdia".
Também advertiu contra "a deterioração da imprensa", que "alimenta o ódio", afirmando querer "uma imprensa que transmita a mensagem de liberdade e de reformas e que defenda as conquistas de nosso país".