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Brasil trata de maneira diferenciada conflitos na Síria e na Líbia

postado em 15/06/2011 13:20
As tensões na Líbia e na Síria devem ser tratadas de formas distintas pelo Brasil, segundo o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. Para o chanceler, em ambos os países há uma ;escalada de violência;, mas a diferença é que o presidente da Síria, Bashar Al Assad, demonstra interesse no diálogo diferentemente do governo do líbio, Muammar Khadafi.

;O que percebemos foi um aumento das ações de violência [envolvendo os conflitos entre os oposicionistas e as forças aliadas de Khadafi];, disse o chanceler durante audiência pública nesta quarta-feira (15/6), na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados.

Na Síria, manifestantes enfrentam as forças de segurança de Assad em defesa da renúncia do presidente e de eleições imediatas. Para os que protestam contra o governo, Assad e sua equipe são alvos de suspeitas de irregularidades no uso do dinheiro público, atentados contra a liberdade e violação dos direitos humanos.

Patriota afirmou que a crise nos países muçulmanos preocupa a comunidade internacional. Porém, o ministro observou que há uma tendência de negociação com o governo Assad. ;[O governo sírio demonstra] desejo de diálogo e de promover reformas eleitorais;, ressaltou ele, analisando a situação política nos países do Oriente Médio e Norte da África.

Para o chanceler, em breve, a situação da Líbia vai ser discutida no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Alguns líderes mundiais defendem a adoção de mais medidas restritivas às autoridades sírias para pressionar o presidente a deixar o poder e promover eleições gerais, como querem os oposicionistas.

No caso da Líbia, onde desde março há uma área de exclusão aérea, Patriota afirmou que é visível o aumento da violência na região. Segundo ele, não há sinalização das autoridades líbias em buscar um acordo. O agravamento da crise no país levou à convocação de uma reunião extraordinária no Conselho de Segurança das Nações Unidas, segundo Patriota.

Na Líbia, Khadafi resiste à pressão interna e externa e mantém-se a quase 42 anos no poder. O líder teve sua contas bancárias no exterior congeladas, perdeu um filho e três netos desde que os conflitos começaram, mas não dá indicações de que pretenda abrir mão do poder.

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