Agência France-Presse
postado em 16/06/2011 20:02
BOGOTÁ - A audiência convocada nesta quinta-feira para o depoimento do ex-presidente colombiano Álvaro Uribe (2002-2010) - acusado de espionagem telefônica ilegal (grampo) - foi suspensa indefinidamente, após representantes das vítimas terem rejeitado a presença de dois dos parlamentares, sendo um deles Yahir Acuña, que é o congressita encarregado deste caso.A princípio, a Comissão de Acusações da Câmara de Representates havia pedido a suspensão da sessão por meia hora, enquanto decidia como atuar frente à recusa feita por Luis Casas, advogado da ex-senadora Piedad Córdoba, à presença dos parlamentares Yahir Acuña e Heriberto Escobar. Em seguida, foi anunciada por Acuña a suspensão da audiência por tempo indeterminado. "Esta é uma recusa que deve ser resolvida consensualmente pela Comissão de Acusações sem a participação dos rejeitados", explicou Acuña.
Uribe e seus advogados reclamaram daquilo que consideraram "uma tentativa de silênciá-lo". "Sou acusado de assassinato, pedem sanções contra mim em um processo que corre o país e o mundo, e eu não posso falar? Que é isso?", disse o ex-presidente. Ao decidir pela suspensão da audiência, a Comissão disse que "não quer deixar a impressão de que não foram garantidos os direitos das vítimas".
O escândalo sobre as interceptações telefônicas envolve o serviço secreto DAS - organismo que depende diretamente da presidência.
Por esse caso já foram condenados o ex-secretário-geral da presidência, Bernardo Moreno, e vários ex-diretores da DAS, entre eles María del Pilar Hurtado, que se encontra asilada no Panamá desde o ano passado. A ex-senadora Códorba, uma das pessoas grampeadas pelo DAS, exige poder interrogar a Uribe.