postado em 22/06/2011 08:13

A três dias do prazo final para formalizar sua inscrição, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, confirmou que disputará o segundo mandato na eleição de outubro, pondo fim ao suspense que cercava seu futuro político desde a morte de seu marido e antecessor, Néstor Kirchner, em outubro passado.
Cristina aproveitou um ato na Casa Rosada para anunciar, em discurso transmitido pela tevê, que lutará pela reeleição. Ela manteve, no entanto, o segredo sobre quem será seu companheiro de chapa.
;Vamos submeter-nos mais uma vez (ao julgamento dos eleitores);, disse a presidente, depois de ter admitido que preferiria ter esperado até sexta-feira, quando expira o prazo para inscrição de candidatos. ;É um exercício de responsabilidade tomar as decisões quando é preciso, porque é essa a nossa obrigação;, justificou-se. Depois de um mandato marcado por altos e baixos, incluindo confrontos com os produtores agrícolas em torno da exportação de commodities e uma queda de braço com os proprietários de meios de comunicação ; em especial a família que detém o jornal Clarín ;, Cristina viu sua popularidade subir novamente desde que se tornou viúva.
;Sempre que assumi algum cargo (público), foi me submetendo à vontade popular;, insistiu. Deputada e senadora pelo Partido Justicialista (peronista), a presidente construiu carreira ombro a ombro com o marido na Patagônia (sul do país). Os dois foram decisivos na recomposição do peronismo após os 10 anos de governo de Carlos Menem (1989-1999), a quem os adversários responsabilizam pela fragmentação do partido fundado nos anos 1940 pelo caudilho Juan Domingo Perón ; cujo carisma era potencializado pela mulher, Evita.
O luto mantido por Cristina desde a morte do marido foi classificado ontem como ;um disfarce; por uma adversária. ;Estamos vivendo um espetáculo de circo;, atacou Elisa Carrió, candidata presidencial da Coalizão Cívica. ;Eles choram diante dos pobres e o vestido negro faz parte da cena.;