Agência France-Presse
postado em 22/06/2011 10:03
Moscou - A Rússia recordou nesta quarta-feira com discrição o 70; aniversário da invasão da URSS pela Alemanha nazista, uma data que ainda incomoda Moscou, pois, como afirmam os arquivos recentemente revelados, o líder soviético Joseph Stalin não teria dado a devida importância aos relatórios sobre os planos de Hitler.A Operação Barbarossa teve início nas primeiras horas de 22 de junho e permitiu à Wermacht (exército alemão) invadir o território soviético, ameaçando Moscou, antes de ver freado seu avanço por causa do inclemente inverno russo.
Cidades como Kiev (Ucrânia) e Rostov-on-Don viveram durante muitos meses sob a ocupação nazista. Para a Rússia e outros países oriundos da ex-União Soviética, o dia 22 de junho de 1941 marca o verdadeiro início da Segunda Guerra Mundial, que os livros de história russos chamam de a Grande Guerra da Pátria.
Mas a recordação dessa data geralmente é mais apagada em contraste com as de 9 de abril de 1945, quando se recorda com exaltação a rendição alemã.
Na Rússia e outras repúblicas ex-soviéticas, os atos este ano se limitaram a concentrações de cidadãos com velas acesas e o presidente russo, Dmitri Medvedev, colocando uma coroa de flores ante o Túmulo do Soldado Desconhecido.
A sociedade russa começou nos últimos anos a associar a recordação de uma resistência heroica à ideia de que Stalin, com sua incredulidade ante as advertências sobre os planos de Hitler, enfraqueceu sensivelmente a defensiva do país.
Historiadores ocidentais afirmam que Stalin confiava que Hitler respeitaria o Tratado de Não-agressão Germano-soviético, conhecido como Pacto Molotov-Ribbentrop (nomes dos chanceleres da União de Repúblicas Socialistas Soviéticas-URSS e do Terceiro Reich nazista).
Além disso, a repressão stalinista dizimou a partir de meados da década de 30 as elites soviéticas, incluindo as do aparato militar, que teriam conseguido conceber uma estratégia de defesa. Uma nova atitude em relação a esses incômodos erros de Stalin surgiu sob a presidência de Dmitri Medvedev, que condenou os crimes do ex-líder soviético com mais ênfase do que seu antecessor, Vladimir Putin.