postado em 23/06/2011 15:42
O mundo enfrenta uma ;crise social global; emergente provocada pelo desemprego generalizado, o elevado preço dos alimentos e combustíveis e outros efeitos da crise econômica de 2008-2009, alertou a Organização das Nações Unidas (ONU) em relatório divulgado essa semana em Genebra, sede da entidade.No documento, a ONU adverte que as políticas de austeridade adotadas em vários países, principalmente na Espanha e na Grécia, ameaçam o emprego e põem em risco a recuperação das economias, agravando a crise social.
O secretário-geral adjunto da ONU para o desenvolvimento econômico, Jomo Kwame Sundaram, disse que os governos mundiais não estão conseguindo ajudar as 200 milhões de pessoas desempregadas em 2010 e que têm dificuldade em obter alimentos, por causa dos preços altos.
Segundo Sundaram, a acentuada alta dos preços dos alimentos e dos combustíveis que precedeu a crise financeira mundial fez aumentar o número de pessoas com fome no mundo para mais de 1 bilhão em 2009. E a situação pode ser agravada pelas políticas de austeridade, alerta o relatório do Conselho Econômico e Social da ONU, aconselhando prudência aos governos.
;As medidas de austeridade tomadas por alguns países excessivamente endividados, como a Grécia ou a Espanha, ameaçam o emprego no setor público e a despesa social como tornam a retomada mais incerta e mais frágil;, diz o documento.
;Os governos devem reagir com prudência às pressões para a consolidação orçamental e para a adoção de políticas de austeridade se não querem correr o risco de interromper a recuperação da sua economia;, acrescenta.
O relatório frisa que esse problema não diz respeito apenas às economias mais desenvolvidas, uma vez que ;muitos países em desenvolvimento, nomeadamente os que se beneficiam de programas do FMI [Fundo Monetário Internacional], também sofrem pressões para reduzir a despesa pública e adotar medidas de austeridade;.
No relatório, a ONU recomenda que os governos revejam ;a natureza e os objetivos de base das condições; impostas pelas organizações internacionais para dar ajuda aos países em dificuldade.
;É essencial que os governos tenham em conta as prováveis consequências sociais das suas políticas econômicas; em áreas como a nutrição, a saúde e a educação, para não penalizar o crescimento econômico a longo prazo, de acordo com o documento.