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Cerca de 20 mil estudantes marcham por mais benefícios na educação no Chile

Agência France-Presse
postado em 23/06/2011 19:40
Cerca de 20 mil estudantes do ensino médio marcharam nesta quinta-feira pelas ruas de Santiago, em uma nova manifestação para exigir maiores contribuições fiscais para a educação pública no Chile e que terminou com distúrbios que deixaram 107 detidos e nove feridos, segundo a polícia.

A marcha dos estudantes - que se encontram mobilizados há mais de duas semanas - partiu da praça Itália e percorreu pacificamente o centro da cidade até os arredores do ministério da Educação.

Ao se aproximar do fim, pessoas encapuzadas enfrentaram a polícia em confrontos que deixaram nove policiais feridos, que foram levados ao hospital da polícia.

Além disso, 107 pessoas foram detidas por "desordens e danos a veículos da polícia", indicou a polícia.

Os alunos exigem uma maior contribuição pública para a educação chilena - que acolhe 90% dos 3,5 milhões de alunos chilenos de colégios públicos e que recebem subsídios do Estado -, através de benefícios como a gratuidade do transporte público e melhor infraestrutura.

Também pedem que o Estado central volte a tomar o controle dos colégios, cuja administração está nas mãos dos municípios desde a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

Atualmente, o gasto público do Chile para a educação alcança 4% do PIB, abaixo dos 7% dos países desenvolvidos recomendados pela Unesco.

De acordo com dados dos alunos, cerca de 500 colégios - nos quais também incluem-se alguns privados - estão mobilizados em Santiago.

Os estudantes universitários, por sua vez, também encontram-se mobilizados, exigindo maiores contribuições fiscais para as universidades, financiadas em sua maioria por recursos própios e tarifas elevadas, pagas através de empréstimos com juros de mercado.

Há uma semana, 70 mil universitários, alunos de ensino médio e professores se uniram em uma grande marcha pelo centro de Santiago, considerada a maior dos últimos anos no Chile.

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