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Calderón diz que deve desculpas às vítimas do tráfico no México

Agência France-Presse
postado em 23/06/2011 19:53
O presidente do México, Felipe Calderón, reconheceu nesta quinta-feira que o Estado deve pedir perdão por não ter conseguido proteger as vítimas geradas pela guerra contra o tráfico de drogas, em um diálogo público com o movimento liderado pelo poeta Javier Sicilia.

Calderón concordou que errou por não ter enviado antes forças militares e policiais às zonas tomadas pelo crime organizado.

"Todos os que integram o Estado são responsáveis e concordo que devemos pedir perdão por não proteger a vida das vítimas, mas não por ter atuado contra os criminosos", disse Calderón ao responder às reclamações expostas por Sicilla e por outros membros de seu movimento, como Julián Le Baron.

O encontro entre o governo e o movimento civil pela paz encabeçado por Sicilia - que organizou três grandes protestos contra a violência após o assassinato de seu filho em março - foi realizado no histórico castelo de Chapultepec e foi transmitido ao vivo pelas cadeias de rádio e televisão.

O ato foi iniciado com um minuto de silêncio a pedido do poeta e jornalista, que intitula o combate às drogas como uma "guerra atroz e sem sentido" que segundo ele já deixou 40.000 mortos no México.

Na primeira intervenção, Sicilia solicitou ao presidente para que pedisse perdão a todos os mexicanos e especialmente às famílias afetadas diretamente pela violência gerada por sua guerra ao tráfico, além de pedir o estabeleciento de mecanismos legais para prevenir danos e reparos às vítimas, incluindo indenizações.

O presidente, acompanhado por membros de seu gabinete, escutou as reclamações e testemunhos de alguns familiares de vítimas que acompanharam Sicilia, que em tom calmo lhe responsabilizou por "haver declarado uma guerra (...) sem antes fazer uma profunda análise".

Calderón, no entanto, rejeitou a solicitação de interromper as ações de combate contra organizações criminosas, sublinhando que um sinal dos bons resultados de sua estratégia foi a captura do chefe do cartel La Família, José de Jesús Méndez, detido na terça-feira.

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