Agência France-Presse
postado em 24/06/2011 08:18
Bruxelas - A União Europeia (UE) acentuou nesta sexta-feira (24/6) a pressão sobre o regime sírio ao questionar sua legitimidade por reprimir as manifestações e anunciou sanções a três dirigentes da Guarda Revolucionária (Pasdaran), o exército ideológico do Irã, por ajudar a Damasco."Ao escolher a repressão, ao invés de cumprir as promessas de grandes reformas que ele mesmo fez, o regime (sírio) mina sua legitimidade", destacam os líderes da UE em um projeto de declaração da reunião de cúpula de Bruxelas. "Os responsáveis pelos crimes e pelos atos de violência cometidos contra civis terão que responder por seus atos", acrescenta o documento, que deve ser aprovado nesta sexta-feira e do qual a AFP obteve uma cópia.
Paralelamente, a UE aprovou novas sanções contra sete pessoas e quatro empresas acusadas de contribuir para a repressão das manifestações no país ou de ajudar financeiramente o regime do presidente Bashar al-Assad. Entre os sete indivíduos estão três iranianos: o comandante da Guarda Revolucionária, general Mohammad Ali Jafari, e seus dois adjuntos, o general Qasem Soleimani e o general Hossein Taeb.
Os três são acusados de envolvimento no fornecimento de material e assistência para ajudar o regime sírio a reprimir as manifestações.As sanções consistem em um congelamento dos ativos dos envolvidos na Europa e em uma proibição de viajar ao continente.
O governo dos Estados Unidos também acusou o Irã de apoiar a repressão dos manifestantes na Síria, uma acusação negada de maneira veemente semana pelo governo sírio.A repressão provocou, desde 15 de março, mais 1.300 mortes e resultou na prisão de mais de 10.000 pessoas, segundo ONGs sírias.
As novas sanções europeias afetam ainda quatro empresas sírias e quatro autoridades do país, incluindo dois primos do presidente Bashar al-Assad, Zulhima e Riyad Chaliche. A UE já adotara em maio sanções contra 23 caciques do regime, incluindo Assad.