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Cartaz político que lembra Marilyn gera polêmica entre feministas na Itália

Agência France-Presse
postado em 24/06/2011 14:36
Roma - O último cartaz da maior formação de esquerda da Itália, o Partido Democrático, com as belas pernas de uma mulher que tenta segurar a saia que o vento levanta, como na famosa foto de Marilyn Monroe, suscita polêmicas nos meios feministas do país. O cartaz, que exibe as pernas de uma mulher com uma mini-saia e sapatos baixos, pede aos jovens que participem da tradicional festa do jornal L;Unita, que será celebrada durante o verão no centro de Roma.

A ideia não agradou as militantes do PD, que rejeitaram que a proposta de mudança política seja associada a uma das imagens emblemáticas da instrumentalização do corpo feminino.

Entre os que protestaram contra o cartaz está o movimento das mulheres "Se não for agora, quando?", que reuniu um milhão de italianas e italianos em meados de fevereiro para defender a dignidade das mulheres após os escândalos sexuais protagonizados pelo chefe de governo Silvio Berlusconi com prostitutas de luxo.

O cartaz "denota apenas inveja em relação às mulheres e pouca originalidade", comentou a líder do maior sindicato do país, Susanna Camusso.

Várias parlamentares e dirigentes do PD também manifestaram seu descontentamento, entre elas Franca Prisco, responsável pelo Movimento Feminino Romano. "O uso do corpo da mulher é proibido em nossa cultura e ação política", lembrou, após iniciar um debate público sobre o assunto durante a festa do jornal.

"Nunca imaginei que fosse desencadear tantos protestos. A mulher usa sapatos baixos e não saltos altos. Queria apenas manifestar a leveza com que está ocorrendo a mudança na Itália: sem violência, com o voto popular", assegurou ao Corriere della Sera o autor da campanha, o publicitário Andrea Santoro.

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