Agência France-Presse
postado em 24/06/2011 18:28
DAMASCO - Quatorze pessoas morreram e várias ficaram feridas nesta sexta-feira (24/6) em diversos pontos da Síria em mais uma série de manifestações no país contra o regime de Bashar al-Assad, disseram à AFP fontes locais. O movimento repressivo foi considerado "revoltante" pela União Europeia (UE), que decidiu ampliar as sanções contra o país.Cinco pessoas morreram e seis ficaram feridas em Kesua, sul de Damasco, disse à AFP Mohamad Enad Suleiman, membro da organização síria de direitos humanos, que estava presente no local. Em Damasco, segundo um militante também presente, outras três pessoas morreram e 25 ficaram feridas no bairro de Barzeh. A polícia também disparou em Homs (centro), e matou um manifestante.
Como em todas as sextas-feiras, milhares de pessoas tomaram conta das ruas depois da oração muçulmana, para reclamar a queda do regime. "As forças de segurança dispersaram violentamente os manifestantes, principalmente em Damasco", afirmou o chefe do Observatório sírio de Direitos Humanos, Abdel Rahman, que também falou de prisões. "Mais de 30 mil pessoas protestaram em Deir Ezor (leste, cerca de 10 mil marcharam pela região de Idleb (noroeste) e outras milhares por outras partes do país", acrescentou.
Segundo Rahman, mais de 30.000 pessoas se manifestaram em Deir Ezzor (leste), 10.000 marcharam na região de Idleb (noroeste) e outros milhares se manifestaram em outros pontos do país. Ante a intransigência de Damasco, a UE decidiu nesta sexta-feira ampliar sua pressão contra o regime, pondo em julgamento sua legitimidade ante a "revoltante" repressão em curso.
Paralelamente, nesta sexta-feira entrou em vigor o terceiro pacote de sanções contra a Síria, que dizem respeito à sete pessoas, entre elas três altos funcionários dos "Guardiões da Revolução" - que é uma divisão das forças armadas do Irã - e quatro empresas.
A repressão do regime do presidente Bashar al-Assad contra a revolta popular, que pede reformas políticas, deixou desde 15 de março mais de 1.300 civis mortos e mais de 10.000 detidos, segundo as ONGs sírias.