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Eleição de Graziano coroa a política internacional do ex-presidente Lula

postado em 27/06/2011 08:00
A eleição de José Graziano para a direção-geral da FAO coroa a política internacional do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Graziano foi um dos principais técnicos do primeiro ano de mandato do ex-presidente, à frente do recém-criado Ministério do Desenvolvimento Social. O programa Fome Zero, carro-chefe da candidatura de Lula, em 2002, durou pouco tempo mas projetou a imagem do Brasil entre os países em desenvolvimento, particularmente na África.

Graziano, 61 anos, é engenheiro agrônomo formado pela Escola Superior de Agricultura da Universidade de São Paulo, com doutorado em economia pela Universidade de Campinas (Unicamp). Filiado ao Partido dos Trabalhadores, suas credenciais o colocaram próximo a Lula desde a campanha. Mesmo com o fracasso do Fome Zero e sua substituição pelo Bolsa Família ; que mudou o foco dos programas assistenciais ;, Graziano permaneceu na mesma área de atuação. E o carinho do ex-presidente impulsionou sua escolha, em março de 2006, para o cargo de diretor regional da FAO para a América Latina e o Caribe.

Nessa posição, Graziano conseguiu que as nações latino-americanas fossem as primeiras, em nível mundial, a assumir o compromisso de erradicar a fome antes de 2025. A candidatura ao cargo máximo da FAO também teve a atenção de Lula. Em artigo publicado pelo jornal britânico The Guardian, em 19 de junho, o ex-presidente reforçou a indicação do companheiro de partido à direção da organização.

;Colocar o combate à fome e à pobreza como uma das principais prioridades internacionais é um compromisso assumido pelo meu país. Foi precisamente por essa razão que, como presidente do Brasil, no ano passado, eu apresentei Graziano da Silva como candidato a diretor-geral da FAO;, escreveu Lula. ;Estou convencido, com base em minha experiência no Brasil e em outros países, de que erradicar a fome é uma meta razoável e alcançável;, disse o candidato brasileiro, na véspera da votação, ao apresentar seu programa ao países-membros.

Graziano, que também cursou pós-graduação na Universidade da Califórnia e no Instituto de Estudos Latino-Americanos da University College, de Londres, prometeu que, ao longo de seu mandato, concluirá a reforma da entidade. O brasileiro assume o cargo em 1; de janeiro do ano que vem e deve permanecer até 2015. Ele sucede o senegalês Jacques Diouf, que ocupa o posto há 17 anos e finalizará o terceiro mandato consecutivo de seis anos.

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