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Dissidente Hu Jia não tem o direito de falar com a imprensa após libertação

Agência France-Presse
postado em 28/06/2011 09:45
Pequim - O dissidente chinês Hu Jia, libertado no domingo depois de ter cumprido pena de mais de três anos de prisão, não tem o direito de falar com a imprensa, é objeto de "vigilância" e permanece "privado dos direitos políticos", informou o governo de Pequim.

Hu Jia, 37 anos, que atua na defesa dos direitos dos portadores do vírus HIV, na proteção do meio ambiente e na reabilitação do movimento da Praça da Paz Celestial (Tiananmen), foi condenado por "tentativa de subversão do poder" do regime comunista. "Hu Jia segue privado dos direitos políticos", declarou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Hong Lei, durante um encontro regular com a imprensa."Não pode dar entrevistas e deve ser objeto de vigilância", acrescentou Hong.

Segundo a esposa do dissidente, Zeng Jinyan, Hu Jia foi privado de seus direitos políticos por um período de um ano ao deixar a prisão.Em uma entrevista ao canal de Hong Kong Cable TV exibida no domingo, Hu Jia, que em 2008 recebeu o prêmio Sakharov "para a liberdade de pensamiento" do Parlamento europeu, afirmou que deveria ser "leal a sua consciência".

"Meus amigos pediram que eu tenha uma vida comum e que não enfrente o regime, pois este regime é muito cruel e viola de maneira arbitrária a dignidade de seus cidadãos", declarou Hu. "Tenho que tentar fazer tudo o que for possível para tranquilizar meus pais, mas só posso dizer que serei prudente", acrescentou o dissidente, dando a entender que deseja retomar as atividades políticas.

A polícia chinesa proibiu o acesso à residência de Hu Jia e de sua esposa, com a qual tem uma filha que nasceu pouco depois de sua detenção em 2007.

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