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Mônaco respira aliviado após casamento do príncipe Albert

Agência France-Presse
postado em 01/07/2011 20:27
O rico principado de Mônaco respirou aliviado, nesta sexta-feira, após o casamento civil do príncipe Albert II com Charlene Wittstock, que pôs um fim às incertezas provocadas por boatos sobre uma crise entre o casal antes mesmo do enlace.

O herdeiro de uma dinastia que reina há mais de 700 anos e a ex-campeã de natação sul-africana disseram o "sim" em uma breve cerimônia na Sala do Trono do medieval Palácio de Mônaco.

Usando um vestido longo desenhado por ela mesma na cor azul celeste, a mesma de seus olhos, a bela loira de 33 anos recebeu o título de Alteza Sereníssima Princesa de Mônaco, após o casamento civil com o chefe do segundo menor Estado do planeta, 20 anos mais velho que ela.

"Eu os declaro marido e mulher", disse ao casal Philippe Narmino, presidente do Conselho de Estado, que celebrou a cerimônia, à qual assistiram as irmãs de Albert - Caroline e Stéphanie -, que derramou algumas lágrimas, os filhos das duas princesas e os pais da noiva.

"A senhora se casa com um príncipe, mas também com um país", disse Narmino a Wittstock, que apesar de estar radicada há cinco anos no principado, ainda não fala francês.

A cerimônia civil, que durou 15 minutos, desanuviou o suspense que pesava sobre Mônaco após informações publicadas pela imprensa de que há alguns dias Wittstock estaria decidida a suspender todos os preparativos do casamento e pegar um voo "sem volta" para a África do Sul, devido a "revelações" sobre Albert.

Depois da cerimônia, o casal saiu ao balcão do palácio para saudar os milhares de monegascos que testemunharam o enlace civil e que acompanharam a cerimônia em telões instalados na praça do Palácio.

Agitando bandeiras nas cores branca e vermelha do principado, os súditos, que insistem, à boca pequena, que o que lhes interessa é ver "um bonito bebê engatinhando no Palácio" deram vivas quando os príncipes trocaram um beijo, carinhoso, mas não apaixonado.

"Passamos anos esperando que o príncipe se casasse e por fim nos desse um herdeiro", disse à AFP Raymonde, uma monegasca de 81 anos, admitindo que Albert, que teve dois filhos fora do casamento, é "um mulherengo". E "Charlene sabe bem disso", acrescentou a idosa.

Depois da celebração civil, Albert e a princesa de Grimaldi se uniram aos súditos na praça do palácio para degustar uma refeição ao ar livre, na qual foram servidos pratos sul-africanos, em homenagem à noiva, e delícias mediterrâneas.

A princesa recente, que apesar do calor não tirou a jaqueta de mangas compridas também na cor azul celeste, sorria timidamente às pessoas que iam cumprimentá-la e pegou muitas crianças nos braços, sempre com Albert ao seu lado.

Para comemorar a união civil, o músico Jean Michel Jarre dará um concerto na noite desta sexta-feira, ao qual devem comparecer mais de 100.000 espectadores.

Os monegascos ofereceram aos príncipes duas obras de arte, uma aquarela de Kandinsky e uma escultura de Bourdelle, "L;Enfant endormi" (O menino adormecido), que alguns interpretaram como uma mensagem subliminar ao casal "para que se apresse a fazer um filho".

A cerimônia religiosa será celebrada no sábado às cinco da tarde, não na catedral onde se casaram os pais de Albert, Rainier e Grace Kelly, mas ao ar livre, no pátio de honra do palácio.

À meia-noite de sábado, um espetáculo de fogos de artifício encerrará os três dias de festejos deste casamento, do qual depende o futuro do pequeno Estado, um paraíso fiscal que atrai grandes fortunas e celebridades do mundo do esporte e da moda.

O principado, que não ficou ileso da crise financeira mundial, espera que o casamento de Albert e da agora princesa Charlene Grimaldi ajude a reativar sua decadente economia e lustrar o brasão e a imagem do enclave de dois quilômetros quadrados e 35.000 habitantes, que enfrenta a concorrência de outros países em atrair grandes fortunas.

O turismo, que recuou 9% em 2009 antes de aumentar 6% em 2010, espera também se beneficiar deste evento feliz.

Os hotéis estão cheios (2.700 quartos em hotéis, 90% dos quais são de quatro estrelas) e nas sofisticadas ruas de Mônaco circulam milhares de turistas, atraídos pelas festas organizadas por ocasião do casamento.

"O casamento fortalecerá o impulso que falta a Mônaco", disse o diretor de turismo do principado, lembrando como a união de conto de fadas entre o príncipe Rainier e a estrela de cinema Grace Kelly, em 1956, transmitiu uma dose de magia e otimismo que contagiou a economia local.

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