Mundo

Repressão do regime sírio deixou 28 mortos na sexta-feira

Agência France-Presse
postado em 02/07/2011 17:28
DAMASCO - Pelo menos 28 pessoas morreram na repressão do regime sírio, que destituiu neste sábado o prefeito da cidade de Hama, onde aconteceu a maior manifestação desde o início dos protestos. As forças de segurança abriram fogo contra manifestantes em várias cidades e provocaram as mortes de 28 civis, informaram ONGs de defesa dos direitos humanos.

O maior número de mortes ocorreu em Idleb, noroeste do país, cenário de uma ofensiva militar de vários dias, onde 16 pessoas faleceram, segundo a Organização Nacional dos Direitos Humanos. Também aconteceram oito mortes em Homs (centro), duas em Damasco, uma na cidade costeira de Latakia e outra em Alepo, capital econômica e segunda maior cidade do país.

Desde o início do movimento de protestos, em 15 de março, mais de 1.300 civis morreram e mais de 10.000 pessoas foram detidas pelas forças de segurança. Neste sábado, o prefeito de Hama (norte) foi destituído por decreto pelo presidente Bashar al-Assad, anunciou a agência oficial Sana, que não divulgou mais detalhes, um dia depois da manifestação de mais de 500.000 pessoas na localidade, a maior desde 15 de março.

De acordo com o presidente do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, Rami Abdel Rahman, o protesto de Hama, que fica 210 km ao norte de Damasco, foi o maior desde o início da "revolução síria". Em 1982, a cidade foi cenário de uma repressão que provocou 20.000 mortes, quando o movimento ilegal Irmandade Muçulmana se rebelou contra o regime de Hafez al-Assad, pai do atual chefe de Estado.

Além disso, dezenas de milhares de pessoas protestaram em Deir Ezzor (leste), em Yabal al Zauiy, cenário de uma ofensiva militar desde terça-feira, na província de Idleb (noroeste), e nas regiões curdas do noroeste do país. Em Alepo, segunda maior cidade do país, na região norte, também foram registradas manifestações contra o regime.

A televisão síria exibiu imagens de manifestantes favoráveis ao chefe de Estado em Alepo e Sueida (sul). Como todas as semanas, os opositores convocaram para sexta-feira um dia de mobilização, sob o lema "Larga", dirigida ao presidente.

A secretária de Estado americana Hillary Clinton descreveu na sexta-feira ataques "com facas" contra manifestantes na quinta-feira e denunciou a "incoerência" do governo, que autorizou uma reunião da oposição antes de executar novas ações repressivas. "Ao governo sírio resta pouco tempo", completou.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação