postado em 04/07/2011 10:11
Brasília - Milhares de partidários do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, tomaram neste domingo (3/7) as ruas do centro de Caracas, a capital do país, em demonstração de apoio a ele. Chávez está há 25 dias em Cuba depois de passar por uma cirurgia para retirada de um tumor cancerígeno. A manifestação, convocada por jovens, é a primeira desde que o presidente admitiu estar em tratamento para combater um câncer na região pélvica.A volta do presidente se tornou o principal tema de debate entre simpatizantes do governo e opositores no país. Não há data exata para o retorno. O vice-presidente da República, Elias Jaua, estima que Chávez retorne em seis meses.
"Ele vai voltar logo e, enquanto isso, temos que lutar mais do que nunca", disse Elizabeth Moreno, beneficiária de um dos programas sociais do governo destinado às mães solteiras.
Ao longo da marcha, havia bandeiras com mensagens de apoio ao presidente como o slogan do governo ;Pa lante Comandante; (Adiante Comandante, em espanhol) e também mensagens de amor feitas com cartolina, como "Te Amo Comandante, Venha Logo, teu Povo te Espera".
Desde que Chávez adoeceu, o governo tem enviado mensagens pedindo unidade e negando qualquer tipo de divisão interna. "Queremos que nosso comandante se recupere logo e a mensagem que estamos mandando pra ele é que mais do que nunca vamos continuar batalhando. A revolução não pode parar", disse a estudante Jaqueline Arteaga.
No Twitter, Chávez enviou uma mensagem aos jovens do país, indicando que acompanhava a manifestação. "Que Juventude Bolivariana! Posso vê-los, posso ouvi-los, posso vivê-los! Digamos com Bolívar, 200 anos depois: ;Vacilar é perder;. Venceremos, minha meninada", escreveu.
Minutos depois, o líder venezuelano voltou a escrever sobre sua situação. "Aqui estou, fazendo meus exercícios diários e recebendo esse banho de amor que me chega dessa Grande Marcha da Juventude! É o melhor remédio", disse.
No entanto, a oposição pressiona o governo para que seja declarada "ausência temporária" do presidente, o que obrigaria o vice a assumir formalmente a Presidência. Esse cenário é rejeitado pelos governistas, que argumentam que Chávez continua comandando o país a partir de Havana.
A ausência do presidente da Venezuela colocou em debate a capacidade do governo de caminhar sem o presidente, e provocou incerteza sobre as eleições presidenciais de 2012, em que Chávez é candidato à reeleição.