"Chegamos pelo amanhecer, com o sol saindo. Estamos muito felizes por estar em casa", afirmou Chávez ao canal oficial VTV em uma ligação telefônica. Ao mesmo tempo a emissora exibia um vídeo do momento em que o presidente pisou novamente em terras venezuelanas, depois de passar quase um mês em Cuba. "Estamos no início do retorno", acrescentou o presidente, antes de explicar que retornou à rotina de quando era "cadete" do Exército: "exames médicos, horário estrito, medicamentos, reabilitação".
O chefe de Estado venezuelano, de 56 anos, que apareceu sorridente e animado no vídeo, foi operado em Cuba de um tumor maligno. Ele estava desde o início de junho em Havana se recuperando de uma primeira cirurgia por um abscesso pélvico.
No retorno a Caracas, Chávez, com roupas esportivas, reapareceu falante e mais animado que nos vídeos divulgados nos últimos dias em Havana, quando parecia mais debilitado pela doença.
Chávez, que desceu do avião com os braços para o alto, foi recebido no aeroporto pelo vice-presidente, Elías Jaua, por seu irmão, Adán Chávez, e por vários ministros.
"Quase que Fidel sobe no avião", brincou o presidente, que chegou a cantar durante o desembarque e felicitou a seleção da Venezuela pelo empate de 0-0 com o Brasil na estreia da Copa América. "Estamos na mesma pátria. Cuba, Venezuela são a mesma pátria. Estou feliz", completou Chávez, que agradeceu o tratamento recebido em Havana.
"É o início do retorno. Estou sob rígido controle médico", explicou. Chávez, que disse confiar plenamente na cura, terá uma celebração com a população nesta segunda-feira em uma cerimônia organizada na porta do palácio presidencial de Miraflores.
O presidente disse que não poderá assistir as celebrações do Bicentenário da Independência, previstas para terça-feira.
"Não creio que possa acompanhá-los nos atos oficiais, mas estou aqui e estarei com vocês do meu posto de comando no coração de Caracas e da Venezuela. Com certeza, nunca me fui, nunca fui embora. Sempre estou com vocês", disse Chávez. Apesar dos problemas de saúde em Cuba, o governante não delegou os poderes de forma temporária ao vice-presidente e continuou governando de Havana, o que provocou muitas críticas da oposição, que considerou o comportamento inconstitucional.
"Este retorno é um início das batalhas futuras e das vitórias futuras que teremos como povo e com ele como líder à frente", comentou Jaua. Chávez, no poder desde 1999, é candidato do partido PSUV nas eleições presidenciais de 2012, quando disputará o terceiro mandato de seis anos. Durante sua ausência, o governo tentou demonstrar união e reiterou que não há outro líder diferente de Chávez, um presidente carismático e popular que ofusca qualquer outra figura dentro do partido.