Agência France-Presse
postado em 04/07/2011 16:01
CARACAS - Os venezuelanos comemoram na terça-feira 200 anos de sua independência da Espanha, com uma festa preparada durante meses que contará com diversos eventos nas ruas e um desfile militar ao qual não está prevista a participação do presidente Hugo Chávez, que se recupera de um câncer.O presidente retornou nesta segunda-feira ao país depois de ter sido operado de um tumor cancerígeno em Cuba e anunciou que provavelmente não poderá presidir a celebração. "Não acredito que eu possa acompanhá-los nos atos oficiais amanhã (terça-feira), mas estarei aqui e estarei com vocês no meu posto de comando no coração de Caracas e da Venezuela", disse o presidente à emissora oficial VTV.
Em 5 de julho de 1811, o Congresso reunido em Caracas declarou a Independência absoluta do reino da Espanha. O principal ato de terça-feira será um desfile militar no qual será exibido o armamento mais moderno adquirido pela Venezuela, como os helicópteros, tanques e aviões de caça Sukhoi russos e os aviões chineses 8W.
Os festejos despertaram a crítica da oposição, que pede ao governo um chamado à união de todos os venezuelanos. "O governo, com a celebração parcial partidarista excludente do Bicentenário, emite um sinal equivocado do país", opinou Ramón Guillermo Aveledo, coordenador da aliança opositora MUD.
As atividades começarão em Caracas na noite desta segunda-feira, com uma leitura da ata da Independência redigida há dois séculos, e se estenderão por vários dias.
A partir da meia-noite, foguetes, badaladas e a entonação do hino nacional serão escutadas em todos os lados do país, segundo os planos do governo, que decretou feriado em 4 de julho. Por outro lado, o diretor da orquestra venezuelana Gustavo Dudamel oferecerá um concerto para inaugurar uma praça no centro de Caracas. Um total de 60 milhões de dólares foram investidos para restaurar edifícios históricos e construir novos passeios de pedestres no coração da capital para este 5 de julho.
Uma importante cúpula regional, também prevista para 5 de julho na Venezuela, na qual nasceria a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), novo organismo de integração, teve de ser adiada por conta da doença de Chávez.