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Salva Kiir presta juramento como primeiro presidente do Sudão do Sul

Agência France-Presse
postado em 09/07/2011 09:15
Salva Kiir (E) presta juramento como primeiro presidenteJUBA - Salva Kiir prestou juramento neste sábado como primeiro presidente do Sudão do Sul, pouco depois da proclamação de independência neste novo país africano, que se separou do norte.

Kiir assinou a Constituição transitória e prestou juramento, comprometendo-se a "favorecer o desenvolvimento e o bem-estar do povo do Sudão do Sul".

O Sudão do Sul se proclamou independente oficialmente neste sábado, separando-se do norte depois de cinco décadas de conflitos que mergulharam o novo país numa miséria da qual espera sair graças a suas ricas reservas de petróleo.

Uma multidão em delírio celebrou à meia-noite de sexta-feira para sábado, em Juba, a proclamação da independência.

Ao soar os sinos de meia-noite, uma explosão de alegria comemorou a chegada do primeiro dia de vida do novo Estado. "Somos livres! Somos livres! Adeus ao norte, bem-vinda a felicidade", clamava em meio à multidão Mary Okach.

"Lutamos muitos anos e este é nosso dia, vocês não podem imaginar como me sinto", declarou por sua vez o estudante universitário Andrew Nuer, 27 anos, que viajou do Cairo especialmente para assistir aos festejos da independência.

O ruído era ensurdecedor na capital do novo Estado, cujo céu iluminou-se com fogos de artifício enquanto carros e ônibus repletos de pessoas que percorriam as ruas com bandeiras do Sudão do Sul em suas portas e janelas, enquanto os motoristas buzinavam.

Horas antes da meia-noite, diversos líderes mundiais, entre eles 30 líderes africanos e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, chegaram a Juba para as comemorações da independência do novo Estado.

"O povo do Sudão do Sul realizou seu sonho. A ONU e a comunidade internacional continuará do lado do Sudão do Sul", declarou Ban Ki-moon ao chegar ao aeroporto da capital.

O Sudão reconheceu nesta sexta-feira a futura República do Sudão do Sul, apesar de questões-chave ainda precisarem ser resolvidas entre ambos os países, como o estatuto das províncias fronteiriças em disputa.

O presidente americano, Barack Obama, também anunciou que os Estados Unidos reconhecem formalmente a República do Sudão do Sul Sul.

Entre 1955, um ano antes da independência da Sudão (até então uma colônia anglo-egípcia), e 2005 os rebeldes sulistas entraram em duas guerras contra Cartum reclamando maior autonomia.

Os conflitos arrasaram a região, deixaram milhões de mortes e provocaram uma desconfiança recíproca entre os dois lados do país.

O acordo de paz firmado em 2005 pelo líder dos rebeldes John Garang -alguns meses antes de sua morte num acidente de helicóptero - e o presidente do Sudão Ali Osman Taha abriu um novo capítulo que possibilitou o referendo sobre a independência, realizado em janeiro deste ano.

Os sulistas optaram quase por unanimidade pela organização de uma eleição sem maiores incidentes e cujos resultados Cartum prometeu respeitar.

A nova nação deve enfrentar grandes desafios, como os confrontos na fronteira que já provocaram 1.800 mortes este ano, um dos indicadores sociais menos desenvolvidos do mundo, negociações sobre a separação de bens e a reestruturação de setores com o Norte.

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