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Segue em Londres exame do recurso de fundador do WikiLeaks

Agência France-Presse
postado em 13/07/2011 11:21
Londres - Depois da defesa, nesta quarta-feira (13/7) a acusação faz uso da palavra no segundo e último dia das audiências que examinam o recurso apresentado pelo fundador WikiLeaks, Julian Assange, para evitar sua extradição para a Suécia como suspeito em um caso de agressão sexual. Não se espera, no entanto, que os juízes que presidem a sessão divulguem o veredicto ainda hoje.

Ao fazer uso da palavra ante a corte, a promotora Clare Montgomery, que atua em nome das autoridades suecas, afirmou que tudo de que se necessita para uma extradição é "uma acusação e uma intenção de submetê-la a julgamento".

Montgomery também rebateu os argumentos da defesa sobre a natureza dos atos denunciados pelas duas mulheres, com quem Assange admite ter mantido relações consentidas durante uma permanência na Suécia em agosto de 2010.

A Alta Corte de Londres começou a examinar na terça-feira (12/7) o recurso apresentado por Assange contra a decisão de extraditá-lo para a Suécia, país que o reclama para interrogá-lo por quatro supostos crimes de agressão sexual.

O australiano, que no domingo (10/7) completou 40 anos, não fez declarações aos jornalistas presentes.

A audiência, presidida pelos juízes John Thomas e Duncan Ouseley, não deve resultar em uma decisão imediata. Como Assange ainda dispõe da possibilidade de recorrer à Suprema Corte, o caso pode demorar vários meses.

Julian Assange, contra quem até o momento não foram feitas acusações formais na Suécia, nega os quatro supostos crimes de agressão sexual, incluindo um estupro, denunciados por duas mulheres, mas admite ter mantido relações consensuais com ambas em agosto de 2010.

O australiano recorreu em março contra a decisão do juiz de primeira instância Howard Riddle, que não aceitou os argumentos da defesa, principalmente o de que não teria um julgamento justo.

Assange está representado por uma nova advogada, a veterana Gareth Peirce, especialista em casos de extradição e direitos humanos.

Assange foi detido no fim do ano passado em Londres em virtude de uma ordem de captura europeia. Depois de passar novo dias na prisão, está desde 16 de dezembro em liberdade condicional e vive praticamente o tempo todo na mansão de um amigo a 200 km da capital inglesa.

A detenção aconteceu após o início da divulgação, em 2010, de milhares de telegramas diplomáticos confidenciais americanos pelo WikiLeaks, assim como de documentos secretos sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão.

Os partidários de Assange denunciam que o caso tem motivações políticas e que a extradição para a Suécia seria apenas uma etapa antes do australiano ser entregue aos Estados Unidos, país que ainda estuda uma maneira de acusá-lo formalmente.

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