Agência France-Presse
postado em 13/07/2011 14:07
Paris - A França sofreu, nesta quarta-feira (13/7), o maior revés desde 2008 no Afeganistão, com a morte de cinco soldados num atentado suicida, no dia seguinte da visita relâmpago feita pelo presidente francês Nicolas Sarkozy que confirmou, na ocasião, a retirada de mil soldados no final de 2012."Um terrorista acionou uma bomba perto de onde estavam os militares franceses, ferindo também gravemente quatro soldados e três civis afegãos", informou o palácio do Eliseu, em comunicado.
O atentado, assumido pelos talibãs, em Cabul, aconteceu em Joybar, na província de la Kapisa, noroeste da capital afegã.
"Penso em nossos homens mortos em cumprimento de sua missão", afirmou o primeiro-ministro francês, François Fillon. "Sua causa é justa, porque o Afeganistão de 2012 já não é o santuário do terrorismo internacional governado pelo fanatismo", acrescentou o chefe do governo francês na Assembleia Nacional, seguido pela observação de um minuto de silêncio, por parte dos parlamentares.
Com estas cinco mortes sobe para 69 os soldados franceses que perderam a vida no Afeganistão, desde a mobilização das tropas da Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf) da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.
Só este ano, o número de soldados franceses mortos no país já soma 17.
Estão mobilizados no Afeganistão 4.000 militares franceses, como parte de uma força internacional de 130.000 efetivos, dos quais dois terços são americanos.
Até agora, a maior perda das tropas francesas no Afeganistão ocorreu em agosto de 2008, em Uzbin, durante emboscada que causou a morte de dez militares.
O atentado desta quarta-feira deixa claro que o início de uma retirada não significa o final de um conflito e que os próximos meses podem ser difíceis para o contingente francês.
Pelo menos 306 soldados da Otan, dos quais 215 americanos, morreram no Afeganistão desde o começo de 2011 e 2.587 desde 2001, segundo o site independente www.icasualties.org.
Durante a visita de Sarkozy ao Afeganistão, o comandante das tropas francesas, o general Emmanuel Maurin, explicou ao chefe de Estado que a insurgência es "móvel, agressiva e inteligente" e busca "a oportunidade para golpear as forças francesas".
Em campanha para a reeleição em 2012, o presidente francês confirmou durante visita à base de Tora, dois dias antes da festa nacional francesa, que "em 2014 todos os soldados franceses terão deixado" o Afeganistão.
Mas não é o único nessa campanha. Um de seus mais possíveis adversários, o socialista Francois Hollande, comprometeu-se a "não deixar nem um soldado francês no Afeganistão", a partir de maio de 2013.
Da mesma forma se pronunciou a líder socialista e aspirante à indicação partidária Martine Aubry, que pediu "uma rápida retirada de nossas tropas, sem esperar 2014".