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Chávez pede permissão para ir a Cuba continuar tratamento contra o câncer

postado em 16/07/2011 08:20
; Manuel Martínez

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, comunicou oficialmente ontem (15/7) que deseja continuar o tratamento contra o câncer em Cuba. ;Solicito autorização para ausentar-me a partir de sábado, 16 de julho, para prosseguir, em Havana, o tratamento necessário para a plena recuperação de minha saúde;, afirmou o mandatário, em mensagem à Assembleia Nacional. ;Esta segunda etapa começará nos próximos dias com a aplicação de quimioterapia, já planejada cientificamente em cada detalhe, e estou certo de que contribuirá para minha recuperação;, explicou.

O pedido lido por ele numa entrevista coletiva, em Caracas, derrubou todas as especulações lançadas anteontem a respeito de que viria se tratar no Brasil. Horas antes, uma fonte do governo venezuelano chegou a dizer ao Correio que médicos brasileiros poderiam ter que viajar à Venezuela para examiná-lo.

Essa era uma das hipóteses que resultaram da reunião ocorrida anteontem, em Brasília, na qual se discutiu como o Brasil poderia ajudar no tratamento de Chávez. Na ocasião, a presidente Dilma Rousseff e seu assessor especial para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, receberam o ministro de Relações Exteriores venezuelano, Nicolás Maduro, e o embaixador em Brasília, Maximilien Sánchez Arveláiz.

;Eles consideraram desde que o presidente viesse se tratar num hospital particular brasileiro a até que uma equipe médica brasileira siga para Caracas;, comentou a fonte ao Correio. Ela acrescentou que as instalações e os médicos do Hospital Sírio-Libanês estavam entre as alternativas debatidas. De acordo com a fonte venezuelana, além da preocupação com a saúde do mandatário, levantou-se o seu futuro político. Colocou-se na mesa o fato de que um novo afastamento de Chávez do país o impediria de governar e poderia enfraquecê-lo na busca pela reeleição em 2012.

Dúvidas
A fonte afirmou que o governo da Venezuela tem dúvidas sobre se a Constituição permite ao governante manter seus poderes enquanto recebe atendimento no exterior. Para a oposição, a incerteza inexiste. No início de junho, quando o presidente estava em visita a Cuba, teve diagnosticado um tumor que o fez passar por duas cirurgias. Durante 25 dias, Chávez dirigiu a Venezuela à distância. Os opositores organizaram eventos públicos e encontros com a imprensa para lembrar que, segundo a Carta Magna, a Presidência precisaria ser transferida para o vice, ante a ausência temporária do líder.

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