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Ex-diretora do News of the World foi detida hoje, em Londres

Agência France-Presse
postado em 17/07/2011 10:13
Londres - A queda de Rebekah Brooks, "a rainha dos tablóides" britânicos, acelerou nas últimas 48 horas: a jornalista foi demitida na sexta-feira e presa neste domingo para responder por grampos telefônicos ilegais e por corromper policiais.

Há uma semana, a ruiva de 43 anos aparecia sorridente ao lado do mentor Rupert Murdoch. O magnata australiano americano acabava de cruzar o Atlântico para assumir pessoalmente as rédeas do caso das escutas telefônicas ilegais praticadas pelo jornal ;News of the World; (NotW), carro-chefe da divisão britânica do Grupo News Corp. "Minha prioridade?, É ela", disse o magnata.

No entanto, uma série de acontecimentos em poucos dias abalou a News Corp, um dos grupos de mídia mais poderosos do mundo, assim como a filial britânica News International, dirigida por Brooks, que durante muito tempo, foi considerada como a "quinta filha de Rupert".

O patriarca de 80 anos fechou o NotW, abandonou um projeto de expansão no Reino Unido e sacrificou suas dois principais assessores, Rebekah e Les Hinton, companheiro de meio século.

Tão notável como foi sua ascensão, foi sua queda. Segundo sua biografia, Brooks passou pela Universidade de Sorbonne, em Paris, e pela imprensa de província britânica.

Ela decidiu que seria jornalista ainda aos 14 anos, entrou como secretária no NotW em 1989. Onze anos depois, se tornou a primeira mulher e a mais jovem a dirigir um jornal na história da imprensa nacional britânica.

Em 2003, foi para o The Sun, outro tablóide do grupo. 2009 foi o ano de sua consagração: se tornou diretora geral do News International.

Ao longo destes anos ela demonstrou vocação para as relações públicas, universalmente conhecidas, além de uma ambição e uma audácia fora do comum, assim como uma personalidade forte.

Brooks é lembrada principalmente pela polêmica campanha em que denunciava pedófilos, cujos nomes e endereços não foram publicados pelo NotW. A lenda também diz que ela não pensou duas vezes em se disfarçar de faxineira para entrar no Sunday Times para conseguir um furo de reportagem.

Em 2009, políticos, atores, celebridades e até o próprio Rupert Murdoch participaram do segundo casamento de Brooks, ex-Wade, numa propriedade burguesa de Oxfordshire.

Brooks aparecia quase diariamente nos noticiários de fofocas apesar de sua discrição sobre a vida pessoal. Sua agenda e seus contatos eram inigualáveis.

No entanto, num piscar de olhos, a estrela dos jantares e das festas que passou o último Natal na companhia do primeiro ministro David Cameron, se tornou uma pessoa mal vista.

Os partidos políticos aplaudiram por unanimidade sua demissão, da mesma maneira que alguns investidores do News Corp.

O escândalo voltou à tona. Muitas das 4 mil escutas praticadas pelo NotW na última década foram feitas enquanto ela comandava o jornal.

A polícia reabriu a investigação e quer interrogá-la sobre as declarações que fez perante uma comissão parlamentar em 2003, quando admitiu que, no passado, havia dado dinheiro a policiais para obterem informações.

"Vocês vão entender daqui há um ano", disse Rebekah Brooks, com lágrimas nos olhos, quando anunciou há alguns dias o fim do NotW aos 200 empregados atônitos.

Brooks pode ser um dos principais réus. Se for condenada, as acusações podem custar vários anos de prisão.

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