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Equador decreta emergência após mortes por intoxicação com bebida

Agência France-Presse
postado em 19/07/2011 08:29
Quito - O Equador decretou nesta segunda-feira (19/7) o estado de emergência após a morte de 22 pessoas que beberam aguardente adulterada, a maioria na região costeira. Em todo o país, a bebida adulterada provocou 120 atendimentos médicos.

Em todo o país, está em vigor o estado de exceção, por dois meses, e a lei seca, durante 72 horas, enquanto a polícia realizada batidas para apreender a bebida adulterada, revelou o ministro da Segurança, Homero Arellano. Na província de Los Ríos, a bebida provocou 20 mortes e 102 atendimentos médicos, levando à decretação do toque de recolher na região. As outras duas mortes ocorreram em Ambato, capital de Tungurahua, segundo o ministério da Saúde.

Policiais capturaram um homem suspeito de distribuir a aguardente adulterada na região de Los Ríos, informaram as autoridades, sem precisar o local da prisão. Na casa de outro suspeito, foragido, foram encontrados bujões com uma mistura mortal de álcool etílico (apto para consumo humano) e metílico (de uso industrial e menor preço).

Sobreviventes ficam cegos
A intoxicação em massa em Los Ríos ocorreu por ocasião das festas pela Virgem del Carmen, que se celebram em vários povoados da região no mês de julho. Segundo a secretária de Saúde de Los Ríos, Marjorie Vega, as primeiras mortes ocorreram na quinta-feira passada e aumentaram rapidamente no final de semana. "As pessoas morreram por parada cardiorrespiratória quando eram transferidas para Guayaquil". Vega informou que vários pacientes "que se salvaram estão cegos" ou sofreram danos renais.

O ministro da Saúde, David Chiriboga, explicou que ao entrar em contato com o sangue o metanol se converte em formol, produzindo dano no sistema nervoso. "Tivemos pacientes intoxicados que participaram de velórios de quem já havia morrido pela mesma causa", disse Vega.

A secretária de Saúde de Los Rios garantiu que "os casos estão diminuindo" graças às medidas oficiais, que incluem campanhas nos meios de comunicação. "A coisa está parando. Há muitos pacientes além dos 103 que atendemos com sinais de intoxicação, mas são casos leves", revelou Vega. Mas os sintomas se manifestam em dias e "quem bebeu na quinta ou sexta-feira ainda vai movimentar as emergências".

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