Agência France-Presse
postado em 19/07/2011 18:12
TODA - Menos conveniente que uma camisa havaiana, menos ;sexy; que o biquíni - o "jaleco climatizado" consagrou-se, no entanto, como roupa de verão no Japão, onde a população tenta se refrescar, sem consumir muita energia. Desde o acidente nuclear de Fukushima, o arquipélago ficou sem a maior parte de seus reatores nucleares e as autoridades da região de Tóquio e de Tohoku (nordeste) ordenaram às empresas uma redução de até 15% de seu consumo de eletricidade, para evitar cortes.Apagar luzes e desligar equipamentos, abrir os escritórios mais cedo - as empresas se adaptam como podem à restrição... algumas encontraram uma solução ao vestir seus funcionários com essa roupa original, que substitui com vantagem os aparelhos de ar condicionado. "O importante é que as pessoas se sintam bem", explica Hiroshi Ichigaya, inventor.
Este ex-engenheiro da Sony pesquisava um sistema de climatização que economizasse eletricidade. Colocou num blusão pequenos ventiladores que bombeavam o ar do exterior, fazendo-o circular no interior da roupa: a camisa molhada de suor ficava seca, e o corpo refrescava.
O "jaleco climatizado" é alimentado por uma bateria de lítio ionizado, garantindo onze horas de autonomia às pequenas hélices, que o utilizador pode acionar e desligar a qualquer momento. "Trabalho em lugares muito quentes, onde devo usar paletó, por isso, essa roupa vai evitar que morra de calor", destaca Ryo Igarashi, um recente comprador que trabalha, por ironia da sorte, numa fábrica de instalação de ar condicionado.
No Japão, escritórios, fábricas, trens, casas, tudo é climatizado no verão, com frequência tórrido, o que faz dos meses de julho, agosto e setembro períodos de grande consumo.
A nova roupa está sendo vendida a 11.000 ienes (95 euros) e as encomendas aumentaram depois da catástrofe de 11 de março: a empresa deverá vender 40.000 jalecos este ano, duas vezes mais que no ano passado, afirma Ichigaya.