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Islamabad acusa EUA de difamação em caso de suposto agente

Agência France-Presse
postado em 21/07/2011 16:15
Islamabad - O Paquistão acusou nesta quinta-feira (21/7) Washington de realizar uma "campanha de difamação" contra Islamabad após a prisão de um suposto agente dos serviços secretos paquistaneses nos Estados Unidos. Ghulam Nabi Fai, de 62 anos, um americano de 62 anos morador da Virgínia, é suspeito de tentar conseguir há anos a adesão de políticos americanos à causa da Caxemira com milhões de dólares.

A justiça americana também abriu processos contra um outro suposto agente, Zaheer Ahmad (63 anos), um cidadão americano que vive no Paquistão. Todos os dois podem ser condenados a cinco anos de prisão se forem considerados culpados, segundo a Secretaria americana da Justiça.

"O Dr. Fai é um cidadão americano. Entramos em contato hoje com a embaixada dos Estados Unidos em Islamabad para expressar a nossa preocupação referente à campanha de difamação contra o Paquistão", indicou o Ministério paquistanês das Relações Exteriores em um comunicado.

Fai foi preso na terça-feira e deverá comparecer nesta quinta diante de um tribunal em Alexandria, próximo à capital americana. O outro suposto agente estaria no Paquistão. "Os Estados estrangeiros que tentam influenciar os Estados Unidos, utilizando agentes não declarados ameaçam a nossa segurança nacional", declarou nesta terça-feira o vice-diretor do FBI, James McJunkin.

As afirmações que suscitaram uma forte reação de Islamabad. "Respeitar os direitos fundamentais dos caxemires é da responsabilidade da comunidade internacional e de todos os homens de boa consciência que primam pelos Direitos Humanos e pelos valores humanos", acrescenta o comunicado do ministério paquistanês. "As campanhas difamam a justa causa do povo da Caxemira não eliminarão sua legitimidade", prossegue o comunicado.

A Índia e o Paquistão administram cada um uma parte desta região himalaia, com cada um reivindicando todo o território. Há mais de 20 anos, a Caxemira indiana de maioria muçulmana enfrenta uma insurreição islâmica que deixou pelo menos 47.000 mortos, segundo dados oficiais.

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