postado em 25/07/2011 09:35
;Estão todos prontos?;, perguntou o escrivão Michael McSweeney segundos antes de celebrar o primeiro casamento de homossexuais da cidade de Nova York, por volta das 9h de ontem (10h de Brasília). A cerimônia já seria um marco, mas foi ainda mais expressiva por conta do casal que oficializou o relacionamento. Phyllis Siegal e Connie Kopelov, de 76 e 84 anos, respectivamente, compareceram à capela vestidas de azul e selaram o matrimônio com um afetuoso beijo no rosto. ;Foi muito incrível. É a única maneira de descrever;, disse Phyllis a jornalistas logo após o ato. Ela e a companheira vivem juntas há 23 anos e estavam na lista dos 823 casais homossexuais sorteados para se casarem no primeiro de vigência da lei de união civil entre pessoas do mesmo sexo.A Justiça de Nova York recebeu mais de 2,6 mil pedidos de oficialização de casamentos gays, e escritórios em cinco distritos abriram especialmente para isso durante o dia de ontem. Também foram realizadas cerimônias em outras dezenas de cidades do estado. A primeira celebração, exatamente à 0h01, em Niagara Falls, na fronteira com o Canadá, uniu Kitty Lambert e Cheryle Rudd, duas ativistas dos direitos de homossexuais. O governador Andrew Cuomo, que conseguiu aprovar a lei com os parlamentares nova-iorquinos em junho, comemorou a conquista.
;Isso é uma orgulhosa demonstração do nosso compromisso de estado de garantir a igualdade completa para todos os nossos cidadãos;, disse Cuomo em uma proclamação logo após a meia-noite. O governador sancionou a Lei de Igualdade Matrimonial logo depois de o assunto passar pelo crivo dos senadores do estado. Na ocasião, a nova regra foi aprovada por 33 votos contra 29, em um raro acordo entre democratas e republicanos. ;É um grande momento. Já não somos mais cidadãos de segunda classe no estado de Nova York;, comemorou Yolanda Potasinski, 55 anos, que se casou com Nancy Mertzel, 48, em um cartório do sul de Manhattan.
Protestos
Em meio às comemorações, grupos conservadores protestaram contra a união gay em frente aos maiores escritórios de justiça de Nova York. Os manifestantes, a maioria de orientação evangélica, marcharam segurando cartazes com os dizeres ;Deixem as pessoas votarem;, sugerindo que o assunto passasse por uma consulta popular. Os organizadores também distribuíram camisetas amarelas com a mesma inscrição, traduzida, inclusive, para o espanhol. A polícia não registrou nenhum problema por conta dos protestos. Nova York é o sexto estado norte-americano a aprovar o casamento gay ; e é também o mais populoso de todos, com mais de 8 milhões de habitantes.